O ministro da Agricultura , Wagner Rossi, transformou uma empresa pública , a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), num cabide de empregos para acomodar parentes de líderes políticos de seu partido , o PMDB.
O loteamento começou quando Rossi dirigiu a estatal , de junho de 2007 a março de 2010. Ele deu ordem para mais do que quadruplicar o número de assessores especiais do gabinete do presidente -de 6 para 26 postos .
Neste ano , já no governo de Dilma Rousseff, foram definidas 21 nomeações.
Algumas contratações foram assinadas de próprio punho pelo ministro , homem de confiança do vice-presidente Michel Temer , presidente licenciado do PMDB.
Receberam cargos , entre outros , um filho de Renan Calheiros (AL), líder do PMDB no Senado ; a ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do partido na Câmara ; um neto do deputado federal Mauro Benevides (CE); e um sobrinho de Orestes Quércia, ex-governador e ex-presidente do PMDB de São Paulo, que morreu no ano passado .
Adriano Quércia trabalhou com o filho de Wagner Rossi, Baleia Rossi, antes de se abrigar na Conab. Foi o deputado estadual Baleia Rossi quem sucedeu Quércia no comando do PMDB paulista .
Os funcionários da Conab indicados pelo PMDB recebem salários de R$ 7,8 mil a R$ 10 mil por mês .
"BANDIDOS "
Na semana passada , outro apadrinhado peemedebista atirou a Conab no centro de um escândalo . Oscar Jucá Neto , irmão do líder do governo no Senado , Romero Jucá (PMDB-RR), acusou a estatal de ser um reduto de "bandidos ". Ele era diretor financeiro da Conab e foi demitido após autorizar o pagamento de uma dívida do ministério com uma empresa registrada em nome de laranjas , de acordo com reportagem da revista "Veja".
Jucazinho, como é conhecido em Brasília, alega que saiu por não ter concordado em participar de um esquema de recolhimento de propinas no ministério .
A crise na Agricultura se agravou pouco depois que a presidente Dilma fez demissões em massa no Ministério dos Transportes para afastar funcionários envolvidos com irregularidades no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes ).
O PR (Partido da República ), legenda que comandava o Dnit antes das demissões, passou a cobrar que Dilma dê o mesmo tratamento a outras estatais e partidos que sejam alvo de denúncias .
A associação de servidores da Conab alertou o Palácio do Planalto para a ocupação política da empresa seguidas vezes neste ano .
O PMDB tem hoje três dos seis mais importantes cargos da Conab. O presidente da estatal , Evangevaldo dos Santos , é da cota do PTB, outro aliado do governo Dilma. O PT controla uma diretoria .
Um comentário:
Esses criminosos que fazem parte da "Corte", e não há exceção nos três podres poderes, transformaram o bem público em algo de suas propriedades. Nós temos o direito apenas de pagar as contas.
É uma situação imutável enquanto os homens de bem não tomarem coragem para entrar nesses partidos, que é onde começa todo o esquema, e expulsar a esses que hoje comandam essas várias siglas, que só servem pra isso mesmo.
São raros os políticos que não metem a mão na cumbuca. E ser ladrão não tem nada a ver com ser político.
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Adir Castro
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