Do blog de Manuel Dutra
Divisão do Pará: Partidos se unem em favor do Sim e do Movimento Tapajós Sempre
Vinte e três presidentes de diretórios dos mais variados partidos da região Oeste divulgaram um manifesto de apoio ao voto no Sim-77, no domingo próximo, além de assumirem o compromisso de prosseguir a luta pela emancipação qualquer que seja o resultado do plebiscito. A seguir, o documento:
Manifesto TAPAJÓS Sempre
A luta pela emancipação da região Oeste do Pará não se encerra no plebiscito de 11 de dezembro. Mesmo com a vitória do SIM (77) começa outra fase importante que é a mobilização para pressionar o Congresso Nacional e a Presidência da República a acatarem a vontade popular. Precisamos estar vigilantes para que o Estado do Tapajós seja construído de forma participativa e não tenha os mesmos defeitos do “velho” Pará. Os Partidos Políticos signatários deste documento, por intermédio de suas lideranças locais, demonstram publicamente que estão unidos em torno desta causa. O TAPAJÓS É NOSSA BANDEIRA, SEMPRE! O novo Estado representa a possibilidade concreta de mudanças em prol da população.
A seguir, enumeramos os aspectos essenciais que nos motivamos para esta luta e nos quais depositamos a esperança de que o Estado do Tapajós seja construído para atender, de fato, aos interesses dos seus integrantes.
1) Autonomia: Quem mora nos municípios que compõem a região Oeste do Pará, sabe, com conhecimento de causa, o que significa viver à margem das decisões políticas que interferem diretamente no cotidiano, mas que são tomadas externamente, mesmo quando se trata do Próprio estado do Pará, pois o núcleo decisório se concentra na capital. Ter autonomia significa ter o direito de decidir sobre os assuntos que são coletivos, e dispor de uma estrutura de governo mais próxima, para que seja ouvida e respeitada em suas reivindicações;
2) Fortalecimento regional: Com a autonomia, em todos os campos, a região formada pelo novo estado terá condições de desenvolver suas potencialidades, promovendo maior equilíbrio entre os seus integrantes;
3) Identidade Cultural: O vasto território que compõe a Amazônia, objeto de cobiça dos colonizadores, sofreu violento processo de desagregação ao longo da história. Diversas nações que habitavam as terras que hoje compõem os atuais estados foram dizimadas, outras foram escravizadas e incorporadas ao modo de vida dos colonizadores. Mesmo assim, ficaram vestígios que demonstram diferenças substanciais entre os povos que habitavam a região que hoje busca se emancipar. A cultura Tapajoara é distinta de outras culturas, e se expressa nas mais variadas situações cotidianas. Sobreviveu a toda sorte de ataques que sofreu ao longo do tempo. E haverá de continuar sendo o nosso orgulho, pois expressa nossa identidade.
4) Desenvolvimento e justiça social: A forte concentração das atividades econômicas e das políticas sociais no entorno de Belém, cria um círculo vicioso que tende a aumentar a miséria, pois expulsa milhares de famílias do interior do estado em busca de oportunidades na região metropolitana. Com o novo Estado, teremos uma oportunidade real de corrigir tais distorções, resultando em benefícios para o conjunto da população, tanto da região emancipada, quanto da área remanescente. Isto passa pela aglutinação de forças em torno do fortalecimento de uma inteligência inovadora, especialmente no campo da cultura digital;
5) Democracia participativa: O Estado do Tapajós já nasce diferente de todos os outros, pois a população está sendo consultada quanto a sua criação. Entendemos que este processo é educativo e a democracia participativa deve ser a regra no Estado do Tapajós. Não necessariamente com a realização de plebiscitos ou referendos, mas com o fortalecimento da organização da sociedade para discutir, aprovar ou rejeitar propostas de projetos que interferem na vida de todos;
6) Relação com a Amazônia e com o Brasil: O Estado do Tapajós significa maior presença do Brasil na Amazônia. Não apenas nos discursos ufanistas, mas em ações concretas que representem melhorias de condições de vida para os povos que nela habitam. Preservar implica em conhecer e cuidar. E isto se faz com presença e clareza de propósitos. Teremos uma maior bancada parlamentar no Congresso Nacional. Nossas escolhas podem significar presenças significativas em defesa dos interesses coletivos, impedindo a continuidade das práticas destruidoras dos projetos já implantados, e propondo alternativas coerentes e inovadoras. Temos que engendrar uma nova forma de integração nacional, tendo como eixo condutor o estabelecimento de redes de conexões inclusive no campo digital;
7) Estado descentralizado: A dimensão territorial do atual estado do Pará, e as dificuldades de acesso a todos os locais que precisam da presença do Poder Público, são características típicas da Amazônia, que justificam a necessidade de maior presença dos governos junto às populações. O estado do Pará tem se mostrado ineficaz neste e em outros itens relativos a sua institucionalidade. Buscamos a emancipação para termos um estado mais presente, e no qual a população possa estar atenta e vigilante, evitando que se consolidem os problemas que hoje combatemos, cuja solução passa pela adoção de políticas que considerem as demandas de todo o Estado, e não apenas em benefício de grupos políticos e econômicos da capital.
Pelas razões expostas, e em sintonia com a luta dos que nos antecederam nesta esperança, assumimos o compromisso de defender a bandeira do Estado do Tapajós, reconhecendo que se trata de uma aspiração coletiva, legítima, tecnicamente viável e socialmente justificada.
Santarém, Tapajós, dezembro 2011
Assinam este manifesto:
Presidente do Diretório Municipal do PC DO B
Presidente do Diretório Municipal do PC DO B (Belterra)
Presidente do Diretório Municipal do PC DO B
(Mojui dos Campos)
Presidente do Diretório Municipal do PTN (Santarém)
Presidente do Diretório Municipal do PTN
(Mojui dos Campos)
Presidente do Diretório Municipal do PTN (Uruará)
Presidente do Diretório Municipal do PTN (Belterra)
Presidente do Diretório Municipal do PRP
Presidente do Diretório Municipal do PRTB
Presidente do Diretório Municipal do PPS
Presidente do Diretório Municipal do PR
Presidente do Diretório Municipal do PT
Presidente do Diretório Municipal do PMDB
Presidente do Diretório Municipal do PHS
Presidente do Diretório Municipal do PSDB
Presidente do Diretório Municipal do PDT
Presidente do Diretório Municipal do DEM
Presidente do Diretório Municipal do PMN
Presidente do Diretório Municipal do PRB
Presidente do Diretório Municipal do PSB
Presidente do Diretório Municipal do PV
5 comentários:
Parabens!!!
E em Marabá será que vai acontecer tambem? Tem muito politico escondido por ai. Cade o deputado federal Wanderkolk que abandonou o barco com medo de tomarem seus cargos do estado, Deputado estadual mais votado de marabá, Tiao Miranda, nao se manifestou publicamente a favor ou contra sempre em cima do muro atras de apoio do governador, deputados de Parauapebas, Tucurui, Redenção e demais regioes do CARAJAS. Cade os Caras?
Espere nada de Marabá, das 16:57, a não ser comportamentos escatológicos como o do "líder" que levou meia dúzia para dizer impropérios em frente à TV Liberal, onde os colegas não são responsáveis pela programação da retransmissora e votam todos no SIM - que culpa tem eles e de quê?
Quanto aos vossos "políticos", aqui e em todas as latitudes eles padecem de um mal crônico e contagioso adquirido no exercício de mandatos ou de funções públicas designadas: adoecem repentinamente e tomam doril. É só tocar nas tetas do Estado e pronto: viracasaquice aguda, perniciosa e imoral.
Realmente, a nota é representativa de partidos políticos e seus representantes. Mas, uma perguntinha que não quer calar: será que combinaram com o Povo???
Seria de bom grado para a população se os distintos tivessem tido a decência de deixarem técnicos comandar nossa opção pela divisão, pois suas incapacidades de mostrarem a nossa real situação e as soluções possíveis é que fizeram os contrários nadarem de braçada impondo que seria um ato de interesses meramente políticos!
Agora sintam a verdade de nosso futuro escrita por alguém que não é adivinho nem se acha um sagaz observador, sendo apenas uma pessoa acostumada com a nossa política regional e suas reais intenções, todos que assinaram o tal manifesto apenas prejudicaram mais ainda nossa vitoria!
Muito mais correto seria eles assinarem propondo uma unidade futura para elegermos um governador votando em bloco no representante escolhido através dos critérios de seriedade e compromisso! Agora isto nunca acontecera porque o oportunismo cujo custo/beneficio da assinatura de apoio ao sim, terá um custo barato para eles, apenas a tinta da caneta gasta no ato da assinatura e o beneficio de se proclamarem defensores é sem ônus e com bônus , afinal de que valem suas palavras que mudam ao sabor de suas prioridades sempre interesseiras!
Eu li no blog da Franssinete quando ela fala que o Duda Mendonça jogou a toalha um poema na caixa de comentários com o titulo Papel Limpa Bunda ou Higiênico que chega a ser cômico mas porem é trágico pelo trato reto em que o plebiscito é dissecado quando assumido por políticos!
Quanto ao desfavor de procurarem mídia as custa de nossos sonhos , agradeceria rezando se eles assinarem se posicionando contra, ai sim este ato poderia tirar o cancro garimpeiro das águas de nosso rio nome!
Gostaria de saber por que o Pará está à frente apenas do Piauí no índice de desenvolvimento nacional? Também gostaria de saber, por que o Pará não consegue pagar o piso salarial dos professores, bem como tem um dos piores salários de policiais do País? Gostaria de saber por que nossas ESTRADAS SÃO TODAS ESBURACADAS? Vicinais de chão maltratam menos nossos carros. Gostaria de saber, por que nossa população tem um dos piores atendimentos médicos do Brasil? Por que quase 7 milhões de paraenses vivem abaixo da linha da pobreza? Por que menos da metade da população tem direito a água encanada e quase nada de esgotamento sanitário? Poderia encher de por quês. Caso não aconteça o desmembramento, os conservacionistas devem apresentar uma nova ordem, um novo plano de governo. E não apenas mamar e encher seus bolsos de dinheiro, fazendo de sua vida pública uma maneira de possuir cargos no governo estadual e abocanhar os poucos recursos de que esse Estado dispõe. Vou soltar mais um por que. Por que diabos nossos alunos tem que sair do estado para estudar ou fazer pós-graduação? Nosso sistema universitário é extremamente deficitário e centralizado em Belém. Respondam-me isso!! Caro, Ademir, isso é que deve ser respondido.
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