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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O miserê como cabo eleitoral

Imagem: overmundo.com.br

Pelo menos para alguma coisa serviu o passeio da equipe da Rede Globo pelo Pará: para mostrar ao Brasil, em palco tão reluzente, e aos próprios paraenses, o que todos vemos todos os dias, isto é, quadros de aguda e vergonhosa miséria que infelicita este Estado em todos os seus quadrantes.

Miséria encontra-se pelo País todo, mas não na intensidade e na extensão com que se verifica, por exemplo, em Belém. Não existe no Brasil uma cidade deste porte com tamanha exposição de feridas sociais tão desumanas. Metade da população desta cidade vive nas famosas Baixadas, como aqui chamamos as favelas. Milhares de famílias vivem literalmente dentro da lama, na borda dos igarapés imundos, nos ambientes mais infectos imagináveis.
Situações semelhantes, obviamente em ponto menor, observa-se em Marabá, Santarém, Ananindeua, Castanhal, em Breves e em todo o paupérrimo Marajó, assim como em todo o vasto interior. Parece que pouco mudou nesta parte da Amazônia depois de 1835, quando os Cabanos viviam tão explorados e excluídos que, em certo tempo, quando morriam, seus corpos eram jogados aos urubus. Só eram dadas sepulturas aos brancos.
Por que será que, numa região tão rica em bens naturais, a maioria dos seus habitantes amarga uma miséria tão desgraçada assim?
Pois é esse panorama de tristeza e de revolta que está subjazendo à campanha do plebiscito do próximo dia 11 de dezembro. No começo da campanha, os do Não diziam que Carajás era rico e que o Tapajós era pobre. Os de lá diziam que Belém concentrava a maior parte da riqueza do tesouro estadual, o que é verdade, mas não toda.
Nesta última semana Sins e Nãos parecem ter caído na real e passaram a eleger a miséria como cabo eleitoral comum, afinal o miserê está por toda parte, embora sem causar vergonha aos governantes, aos políticos nem aos demais poderosos que habitam este Pará e, por não suportá-lo, vão embora passear e apreciar as belezas de Miami e de Paris. No Pará só querem ganhar o dinheiro para gastar bem longe. Lutar por um Estado moderno e justo ... nem de longe..., independentemente ou não de plebiscito. (Do blog de Manuel Dutra)

2 comentários:

Epaminondas Matreiro disse...

“Brasileiro é tão bonzinho e compreensivo...”

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# Político que não rouba. Ninguém acredita nisso e acaba sendo considerado como um político igual a qualquer político, ou seja, ladrão!
## Político que rouba e nada faz. Como é político e ladrão, os eleitores aceitam o fato porque, afinal, todo político é ladrão. Se nada faz, os eleitores deixam por isso mesmo porque, se todos os políticos são ladrões, não faz sentido esperar que um ladrão trabalhe e faça alguma coisa, ora bolas!
### Político que rouba e faz. Ah!… esse é político dos bons porque rouba mas faz! Ufa, ainda bem que temos políticos assim! Se não tivéssemos políticos assim, como ficaríamos?
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Começo a desconfiar que após o período de ditadura militar, os políticos brasileiros rapidamente captaram e aprenderam a fazer melhor uso da "escala de valores" entranhada no povo descendente dos aventureiros e criminosos europeus, mandados pra cá desde o Descobrimento e durante o período de Brasil Colônia. A pena e a punição para muitos criminosos portugueses, por exemplo, era esse interessante “castigo”: "Vocês foram condenados e serão deportados para o Brasil. Estando lá, cortem as árvores pau brasil, extraiam ouro e outras preciosidades e mandem tudo para cá. Engravidem as nativas e escravizem os nativos. Se conseguirem sobreviver e fazer fortuna poderão voltar para a ‘terrinha’, comprar um título de nobre e frequentar os bailes da Corte!"
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Cinco séculos se passaram desde o Descobrimento, e agora o "castigo" é esse: “Vamos entrar num acordo, você fica com parte do dinheiro roubado e não denuncia os nossos malfeitos". E tudo continua como dantes no quartel de Abrantes.

Anônimo disse...

Quanto maior a miséria, mais fácil extrair as Riquezas Naturais.

Quanto maior a miséria, mais fácil cabrestar os eleitores.

Aos desumanos políticos e empresários corruptos e predadores não interessa acabar com a miséria.

Conclusão:


A solução para o Estado do Pará não está na divisão em Três Estados.

A solução está, primeiramente, no BRASIL e não em um ou outro Estado da Federação, e começando por aquilo que todos já sabem:

-dedetização da vida política; cadeia para os políticos, funcionários, profissionais autônomos e empresários corruptos;
- novo sistema político; - severidade no combate aos crimes (acabar com a impunidade); -eliminar o excesso de Leis inócuas e feitas para "inglês ver";
- aperfeiçoamento das Leis e eliminação das brechas propositalmente existentes e para benefício justamente dos corruptos e criminosos "com alto poder aquisitivo".
- Somente após essa dedetização e higinização será possível tornar eficazes os investimentos e verbas operacionais para a Saúde, Educação, Segurança Pública e Geração de Empregos - ou seja, quando for eliminado o roubo do dinheiro público.
- Esses passos cumpridos, então seremos eficazes em eliminar a miséria, teremos a uma Sociedade Justa e Preservação do Meio Ambiente.