Vai começar agora, às 18h, no auditório do MPF, em Belém, o ato
de solidariedade ao jornalista Lúcio Flávio Pinto, condenado a indenizar o
falecido empresário Cecílio do Rego Almeida por tê-lo chamado de grileiro em
uma das edições do Jornal Pessoal, que o jornalista edita e publica há 25 anos.
Lúcio Flávio Pinto foi penalizado por denunciar, em 1999, no
Jornal Pessoal, o empresário Cecílio Rego de Almeida por grilar uma área de 4,7
milhões de hectares de terras públicas na região do Xingu, no Pará. O
empresário morreu em 2007 e, mesmo assim, Lúcio Flávio foi obrigado a pagar R$
8 mil por “ofensas morais” a ele, ao chamá-lo de grileiro e pirata fundiário.
O MPF é autor de três ações judiciais contra Cecílio, sua
empresa Incenxil e seus herdeiros, justamente por esse caso de grilagem de
terras. A chamada fazenda Curuá, objeto da grilagem, teve seus registros
cancelados em um desses processos em outubro de 2011, por sentença da Justiça
Federal. Os herdeiros do empresário perderam o prazo para recorrer do processo,
o que pode significar a anulação definitiva da grilagem.
O procurador da República Felício Pontes Jr participará do debate
de hoje, ao lado da presidente do Sindicato dos Jornalistas no Pará, Sheila
Faro, do presidente da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, Marco
Apolo, do vice-coordenador do Programa de Pós-Graduação do Instituto de
Ciências Jurídicas da UFPA, Jeronimo Treccani, da pesquisadora da Museu
Paraense Emilio Goeldi, Ima Vieira e da professora do curso de Comunicação
Social da UFPA Rosaly Brito.
Um comentário:
Amordaçar a boca de quem denuncia é sempre um ato rasteiro de uma justiça marrom e metropolitana.
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