O Andes, entidade de maior
representação dos professores de universidades federais, anunciou ontem o fim
da maior greve da história da categoria, iniciada em maio.
Até semana passada, ao menos 39
universidades já haviam encerrado o movimento, das 57 que entraram em greve.
Segundo o sindicato, a decisão da
"suspensão unificada" foi tomada "após criteriosa avaliação do
quadro das assembleias gerais".
Em nota publicada ontem, o
sindicato diz ainda que continuará "a mobilização da categoria no
enfrentamento dos ataques à educação pública federal". Eles citam
especificamente o projeto de lei enviado pelo governo que detalha o reajuste
aos docentes.
Os professores encerram a greve
após conseguirem um aumento maior que a média oferecida pelo governo a outras
categorias, que seguiram os docentes em paralisações no país inteiro.
Aos professores, o governo
ofereceu reajuste entre 25% e 40% divididos nos próximos três anos, enquanto
outras categorias encerraram a greve após aumento médio de 15,8%, no mesmo
prazo.
Essa foi a maior greve da
história das universidades federais, superando os 112 dias de paralisação em
2005.
Com os quatro meses de greve, o
calendário acadêmico das universidades deverá ser esticado até o primeiro
semestre de 2013.
A proposta oferecida pelo governo
foi maior que a inicial, recusada pelos professores. Antes, o reajuste mais
baixo dado era de 12%, e não 25%. No total, o impacto orçamentário será de R$
4,18 bilhões, distribuídos nos próximos três anos.
Na mesa de negociação, os
professores conseguiram reduzir o número degraus para se chegar ao topo da
carreira: de 17 para 13.
O sindicato pleiteava que todos
os professores pudessem chegar ao topo, independente de titulação acadêmica.
Esse pedido foi recusado pelo governo no projeto de lei enviado ao Congresso,
alvo de críticas da categoria. (Folha de S. Paulo)
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