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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Marabá sem anos

Foto: Gilbertom
 Temos o maltrato com a cidade que agride os olhos de quem não se acostuma. As ruas represadas de esgotos nus, o lixo acumulando espera, a periferia desleixada em crateras de abandono de um público poder que não trafega os relentos urbanos periféricos da dor, pobreza e desleixo. A indignidade rotinizada faz moradias ao relento e intempéries de promessas de porvir e vida melhor que reciclam mais esperas e desastres em omissão reincidente.
Nosso amor pela cidade politicamente maltratada, urbanamente vilipendiada em inépcia de gestão estética e humana, beira ao desamor pela cidade, às vezes. Mas não é a cidade ou o povo que em si reproduzem o mal-estar de nossos cartões-postais simbólicos: é o cancro político-econômico que perpetua há décadas as auto-benesses em desproveito da dignidade coletiva, da cidadania cotidiana, da estética urbana, da probidade administrativa. 
O desamor e descuido coletivo ou omissivo com a cidade que amamos quase imperam, pois reproduzem ondas do poder deseducador e ileso daqueles investidos do dever de gestão e de distribuição do cuidado, porque estão por demais imbuídos da inesgotável e imperiosa tarefa de enganar. Ao largo do Executivo inepto, tivemos um Legislativo perdulário, retórico e inútil, os quais, historicamente, têm se sucedido.
Todavia, não há como não amar Marabá, a despeito da classe política e economicamente dominante, nociva e parasitária, em sua maioria, que ainda dita os rumos e atrasos que devemos traçar.
Como marabaenses, é preciso esforços e memória para reviver orgulhos de sermos Marabá, mas por que?
Bem... temos a natureza que impassível lava a cidade a cada chuva, abraça a cidade por seu braços de águas e a fazem tão linda do espaço e tão resistente a cada verão ou inverno e a abraçarão enquanto houver rio e água, são tenazes como o povo estas águas; temos a memória encravada nos bairros esquecidos onde a cultura renasce e aflora pelas mãos e gestos de tradicionais compassos da poesia da história; temos o povo, este estandarte perpétuo que sobrevive a reinos, oligarquias e poderes.  O povo que sempre faz em cada carnaval a quimera de dias melhores.
Marabá espera... Pois, há que se ter fé nos trocadilhos do destino cevado à força e perspectivas de persistência: água mole em cabeça dura, tanto bate até que ensina, ou fura.
Podemos começar assim: Marabá sem anos - vamos ao recomeço. (Jorge Luis Ribeiro)

4 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que Marabá tenha ganho neste ceNtenário um presente:prefeito João Salame, um marabaense.Acredito que se este não fizer um ótimo governo, podem esquecer, que jamais teremos outro que faça por esta terra, por este povo as mudanças e a organização administrativa e politica que Marabá nescessita.O prefeito nomeou os melhores nomes para compor o seu secretariado,as pratas da casa, mas sabemos que nomeou também pessoas inespressivas como Bressan, secretário de educação, Avany, secretária de turismo,Gaucho secretário de esporte e Claudio Feitosa para a cultura, apesar de ser uma das cabeças pensantes do governo, não deveria ter sido indicado pra cultura, apenas de comunicação, pois penso que o João deveria ter indicado neste centenário um marabaense para a cultura, como exemplo Ademir Braz(PV).

Ademir Braz disse...

Obrigado pela lembrança, das 18;52, mas eu não aceitaria. O claudinho Feitosa é muito competente (fez maravilhas no Peba, uma cidade sem tradição cultural, por ser nova demais) e seguramente vai agitar Marabá. A dificuldade é o orçamento ridículo que Marabá destina à cultura.

Anônimo disse...

Grande Marabá.
Abraço Ademir

Miguel Cunha

Anônimo disse...

Ademir, voce diz que nao aceitaria convite para assumir a secretaria de cultura.Tem seus motivos, mas pensando bem, é mais fácil deixar acontecer para ver como é que fica, e depois apedrejar a vidraça.Uma pasta como a de cultura deveria ser entregue aos artistas da terra que já penaram "PRA PORRA" pela ausência de uma política voltada aos interesses da área em geral; a exemplo: acabaram com as escolas de samba, ou melhor com o carnaval, que era até mais animado na Av. Antonio Maia, já era tradição e que por conta disso Marabá perdeu no turismo e deixou de ganhar dinheiro no ramo da econõmia formal e informal; acabaram com o festival de música, que ha tempos ja vinha mesmo com sua finalidade desviada, se transformando em um evento de atrações nacionais, e nada de apoiar o artista da terra, o incentivo ao intercâmbio cultural e troca de esperiencias; acabaram com a festa junina na tradicional pça são felix, onde a comunidade se aglomerava como uma familia, os marabaenses e adotivos, que já era também tradição, enfim, tolheram as manifestações culturais.Hoje precisa de um secretário de cultura que tenha esse conhecimento da nossa história e que tenha o compromisso de resgatar nossas tradições e expandir o trabalho, é isso que a gente quer, e não acreditamos mais em gente que vem de fora, porque nossas experiências com eles foi trágica.Então conterrâneo, pra cultura deveria ser ADEMIR BRAZ, ANTONIO BOTELHO, XAVIER SANTOS, NILVA BURJACK...são pessoas competentes para assumir o cargo, e que já demonstraram que amam Marabá e que querem o que o nosso povo quer.VAMOS ASSUMIR O QUE É NOSSO!