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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Funai gasta pouco com demarcações


Dos R$ 89 milhões previstos no orçamento da Fundação Nacional do Índio (Funai) para demarcação e regularização de terras indígenas no país este ano, menos de 10% saíram dos cofres até agora. Apenas R$ 7,3 milhões foram efetivamente pagos, já considerando os restos a pagar (empenhos de anos anteriores quitados no atual exercício). Embora os recursos destinados a resolver problemas fundiários que envolvem essas comunidades tenham aumentado quase seis vezes este ano em relação a 2012 — quando o montante foi de apenas R$ 16,9 milhões —, a lentidão na execução das ações se reflete na crise atual da política indigenista brasileira.
O levantamento foi publicado esta semana pelo jornal Correio Braziliense, exatamente quando a Esplanada dos Ministérios fora ocupada por cerca de 150 índios a reivindicar respostas do governo. 
Os programas de demarcação de terras indígenas da Funai estão empacados, diz o jornal. Previsão de recursos há. Mas, de R$ 89 milhões disponíveis, apenas R$ 7,3 milhões foram pagos. Confira a execução das ações relacionadas à regularização de áreas indígenas:
Ano   Autorizado           Empenhado                 Pago*         %
2011  R$ 19,9 milhões R$ 17,1 milhões  R$ 16,7 milhões 83
2012 R$ 16,9 milhões R$ 11,8 milhões  R$ 13,8 milhões 76
2013 R$ 89 milhões    R$ 5,7 milhões   R$ 7,3 milhões   8,2

               * Já contabilizados os restos a pagar pagos no respectivo ano


Frustração
Os 144 índios mundurukus, que passaram mais de uma semana em Brasília tentando convencer o governo a interromper todos os empreendimentos hidrelétricos em obras ou em estudo na Amazônia, regressaram frustrados ao Pará.
Eles estavam em Brasília desde a terça-feira (4) da semana passada, quando desocuparam o principal canteiro da Usina Hidrelétrica de Belo Monte e aceitaram a proposta de se reunir com representantes do governo.
A principal reunião, com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ocorreu no mesmo dia que os índios chegaram a Brasília, trazidos em aviões da FAB.
Ao fim da conversa com os índios, o ministro afirmou que o governo vai ouvir as comunidades afetadas pelos empreendimentos. Ele disse aceitar todas as formas de protesto democrático, mas que as obras em Belo Monte não seriam interrompidas e que a segurança no local seria reforçada.

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