Presidente
Henrique Eduardo Alves, da Câmara dos Deputados, criou ontem, 22 de agosto, uma
Comissão Externa, sem ônus para a Casa
destinada a verificar denúncias sobre o assassinato de trabalhador rural no
município de S. Félix do Xingu, bem como avaliar que providências estão sendo
tomadas sobre o caso. A Comissão é integrada pelos deputados Cláudio Puty (PT/PA),
coordenador, Asdrubal Bentes (PMDB/PA) e Delegado Protógenes (PCdoB/SP).O
Ato da Presidência é de 22 de agosto, quinta-feira.
Na
mesma data, e segundo o Diário do Pará, a Equipe ‘Caveira’ da Polícia Civil,
comandada pelo delegado Lenildo Mendes, encontrou o corpo do tratorista Welbert
Cabral Costa, dentro da Fazenda Vale do Triunfo, pertencente à Agropecuária
Santa Bárbara, em São Félix do Xingu, a aproximadamente 15 quilômetros da
guarita, local onde ocorreu o assassinato.
Apesar
das dificuldades encontradas desde a estrutura policial até as estradas mal
conservadas na zona rural de São Felix do Xingu, os policiais conseguiram realizar
a operação denominada “Santa Barbárie”.
Na
operação de busca e apreensão deflagrada ainda no último dia 8, a polícia
apreendeu uma espingarda e uma garrucha além de várias balas. Foram apreendidas
ainda duas caminhonetes pertencentes à Agropecuária Santa Bárbara, que serão
encaminhadas para perícia, já que existem relatos de que o corpo de Welbert
Cabral Costa, desaparecido desde o último dia 24, teria sido carregado pelos
funcionários Divo Ferreira e Marciel Berlanda do Nascimento em um dos veículos
da empresa. A moto de Welbert foi encontrada pela polícia e está na Delegacia
de São Félix do Xingu, assim como os veículos.
O
crime teria sido presenciado por outra pessoa que alega ter visto o trabalhador
rural ser executado ao reclamar direitos trabalhistas. Depois de prestar
depoimento à polícia, a testemunha está escondida por medo de represálias,
enquanto tenta ser encaminhada a um programa de proteção do governo federal.
Welbert
havia ido à sede da fazenda no dia 24 para reclamar uma quantia que não lhe
havia sido paga, depois de passar um tempo afastado porque sofrera um acidente
de trabalho.
Segundo
as organizações da sociedade civil locais, este pode não ter sido o primeiro
homicídio motivado por reclamações iguais. O funcionário da fazenda Divo
Ferreira é apontado pela Polícia Civil como autor do disparo que matou a
vítima, sendo ajudado por Marciel Berlanda do Nascimento que teria contribuído
para sumir com o corpo de Welbert.
A
equipe do delegado Lenildo Mendes não encontrou na fazenda onde ocorreu o crime
os funcionários Divo Ferreira e Marciel Berlanda do Nascimento, que estão com
as prisões preventivas decretadas pelo juiz da comarca, Celso Gusmão. Os
acusados já são considerados foragidos da justiça. Segundo o delegado Lenildo
Mendes, a prisão dos foragidos “é apenas uma questão de tempo e cita que devem
cair logo na cadeia”.
A
VÍTIMA
Welbert
Cabral tinha 26 anos, esposa e quatro filhos pequenos, o mais velho deles com 5
anos de idade. A família, que vive em Xinguara, cidade vizinha, prestou queixa
sobre o desaparecimento em 3 de agosto. (Com dados do Diário do Pará)
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