Estima-se
que 130
pessoas, representando
sindicatos,
associações de moradores e outras
organizações populares, compareceram ao I
Encontro dos Atingidos
pela Mineração
em Canaã dos
Carajás, realizado na
Câmara Municipal daquele
município no
último dia 11 de
setembro.
Charles Trocate, dirigente estadual, que representou o MST, enfatizou no evento, “que o capital enseja a mercantilização da natureza, em todos os sentidos, terra, água, floresta. É assim que Vale atua em Canaã dos Carajás e demais localidades onde está presente”. Em conseqüência dessa atuação, as principais reclamações dos habitantes são a falta água, agricultores assentados pelo Incra expulsos de suas terras, os que resistem são isolados com estradas fechadas, energia elétrica cortada e abandonados pelo poder público.
Segundo o Centro de Educação, Pesquisa e Assessoria Sindical e Popular – (Cepasp), que juntamente com a CPT e outras organizações fez parte da mesa que tratou da conjuntura da atividade minerária na região e no Estado do Pará, foi enfatizado, ao longo dos depoimentos de atingidos, as contradições entre a riqueza apropriada pela Vale e a destruição do município, com a queda da produção agrícola e pecuária, com a geração de muitos pobres no campo e na cidade; do isolamento das famílias de agricultores que não quiseram vender suas terras para a Vale, e pelo desvio de várias estradas; a precária situação das vilas, sem saneamento básico, sem água; a destruição e perda dos valores históricos e culturais das comunidades construídos durante mais de vinte anos que antecederam a chegada da Vale no município; a morte de animais que vem ocorrendo desde 2006.
Entre os encaminhamentos fixados estão a continuação do estudo que vem sendo feito pelo Cepasp, com a CPT e o Movimento Debate e Ação; a participação nos eventos regionais e outros dentro mesmo de Canaã dlos Carajás; a elaboração de documento para encaminhar aos órgãos públicos; e a organização de ações de luta para fazer a Vale reconhecer os prejuízos causados à população.
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