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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Bairro de São Félix: consciência e garra

A cultura afro é o elemento forte do grupo cultural do bairro 


seis anos, um grupo de educadores, arte-educadores, crianças e jovens criaram o Grupo de Ação Cultural São Félix, no bairro de mesmo nome localizado à margem direita do rio Tocantins. Trata-se de um espaço de valorização da cultura local e da reflexão étnico-cultural sobre a importância da diversidade, por ser composto na sua maioria por migrantes de todas as regiões. Essencialmente, trata-se de uma resposta da comunidade à falta de políticas públicas de valorização da identidade dos jovens e das crianças daquele bairro, e que muitas vezes pouco tem contato com as linguagens artísticas criadas e inventadas ao longo da história da comunidade.
Neste sentido, o grupo realiza atividades que denomina “brechas culturais”, sendo a principal delas a da Consciência Negra, quando procura discutir com crianças e jovens as discriminações e preconceitos relacionados ao negro, além da valorização da cultura afrobrasileira e da diversidade. 
“A narrativa e as práticas do GAC – diz a Doutora em História Idelma Santiago, em tese sobre fronteira cultural defendida esta semana na Universidade Federal do Goiás - são lugares enunciativos daquele processo de construção de alteridade, seja porque colocou em prática uma tácita política de diferença e identidade do grupo e do lugar, seja porque fez o caminho do diálogo com outros espaços e atores da cidade. O grupo assumiu, no decurso de suas ações, uma pauta de identidade negra. De certa forma, fez a inversão de uma representação de suposta identidade negra do bairro, externamente atribuída, mas que vinha impingida de uma conotação pejorativa, para tomá-la como uma diferença capaz de referenciar seus sentidos de identidade, por exemplo, nos signos inscritos no corpo, nas performances da dança e nos temas das obras artísticas e atividades. Além de poder mediar relações de comunicação e reconhecimento.”  
E acrescenta: “As narrativas e as práticas do GAC são lugares enunciativos daquele processo de construção de alteridade, seja porque colocou em prática uma tácita política de diferença e identidade do grupo e do lugar, seja porque fez o caminho de dialogar com outros espaços e atores da cidade. O grupo assumiu, no decurso de suas ações, uma pauta de identidade negra. De certa forma, fizeram a inversão de uma representação de suposta identidade negra do bairro, externamente atribuída, mas que vinha impingida de uma conotação pejorativa, para tomá-la como uma diferença capaz de referenciar seus sentidos de identidade, por exemplo, nos signos inscritos no corpo, nas performances da dança e nos temas das obras artísticas e atividades. Além de poder mediar relações de comunicação e reconhecimento”.
Neste processo de construção da visibilidade do São Félix, pela afirmação de elementos de identidade e alteridade que possam referenciar as relações de reciprocidade com a cidade, o grupo tem sido “ator importante, pelos espaços de sociabilidade e criatividade praticados e pela inscrição e exposição de suas perspectivas e expectativas em diferentes lugares e espaços que puderam alcançar”.
Neste sábado (04/12), o Grupo de Ação Cultural promoveu na pracinha do bairro a IV Brecha Cultural no São Félix, em homenagem a Luiz Gonzaga, com muito forró de sanfoneiros locais, comidas típicas e recitais de poesia. Também haverá bingo de frango assado e caixas de cerveja em lata. Foi a continuação da iniciativa de sábado anterior, interrompida por uma chuva enorme. Na comissão organizadora: Everaldo Marinho, Vanda Melo, Aliane Corrêa, Deyze dos Anjos, Gracinete do Rosário e Marcelo Melo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ademir, muito obrigada pelo seu texto e apoio que vens dando ao Grupo de Ação Cultural de São Félix- GAC.
Obrigada,

Deyze dos Anjos
Grupo de Ação Cultural de São Félix: " Nunca se dê por vencid@!