"Vou dar uma opinião sob a ótica de migrante. Antes de tudo quero informar que resido aqui há exatos 30 anos . Embora tenha nascido noutro estado , fui praticamente criado aqui , pois para cá vim com 13 anos de idade . É uma situação complicada para Marabá . Eu , na minhas conjecturas , penso que isso deve-se ao fato da cidade ter em sua maioria uma população migrante. Inclusive os filhos da terra são filhos , netos e bisnetos de migrantes. Acredito que o migrante quando chega aqui e encontra certos dizeres do tipo "filhos de Marabá ", ele sente-se como sendo um penetra em uma festa que não foi convidado . Ele vem com sonhos , e quando chega percebe que os sonhos são difíceis de realizar : ter uma casa própria , trabalhar num imóvel comercial próprio . O migrante, que vem pra trabalhar e prosperar , não encontra apoio na terra . Ele não consegue criar vínculos , raízes nessa terra . Então ele vira os ombros para os problemas que assolam a terra . Idem para os "filhos da terra ", que também não morrem nem um pouco de paixão por sua mãe . Se a amassem, não a sacaneariam.
Vejam que quando têm oportunidade , eles botam pra quebrar a mãe . No fim , penso que todos pensam em juntar o máximo que puderem, pra num eventual naufrágio da barca , eles saltarem fora bem rapidamente com suas arcas cheias de dinheiro . Na verdade , 99% das pessoas nessa cidade , parecem aguardar sua vez na fila da dilapidação do erário . Os políticos todos comprometidos. São eleitos e reeleitos com financiamentos e compra de votos .
Alguns perpetuaram-se no poder de forma que só sairão de lá , mortos e de morte natural . Esperam viver eternamente .
E se deixarem o osso por algum outro motivo que não seja de morte , deixarão a seus descendentes , os quais estão sendo preparados em boas escolas , fora da cidade que eles tanto alardeiam amar , da qual estufam o peito para se denominarem seus especiais filhos .
A educação que eles apregoam ser boa, não educa a seus filhos .
A saúde que dizem estar melhor que antes (nunca foi boa), não trata da saúde de seus filhos . Já quando seus "filhinhos", futuros herdeiros da aldeia , têm um leve resfriado , correm para Belém ou outro estado da federação em busca de médicos .
É assim que eles amam à sua terra . A educação , saúde e segurança pública , deixam para a escória , que são o restante da população que não tem negócios com eles . Foi assim , é assim , e parece que nunca terá fim .
De fato toda autoridade humana provém de Deus . Aliás , tudo provém d’Ele . Mas isso não significa dizer que Ele esteja de acordo com o que as autoridades terrenas fazem. Ele também não vai mandar um raio na cabeça dessas autoridades e parti-las ao meio .
Cabe à população fazer as mudanças.
O problema é a população "faminta " entender ou ao menos querer ouvir sobre a necessidade da mudança . Em período de eleição qualquer litro de gasolina , consulta, exame , saco de cimento , areia , seixo , tijolo , telha , promessa de emprego no serviço público , etc, vale um voto .
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