Reportagem do Correio do Tocantins desta terça-feira mostra o que todo mundo já sabia: terceirização da merenda é caso de polícia. Veja:
31/05/2011
Refeição escolar dá errado e volta ao controle do município
Refeição escolar dá errado e volta ao controle do município
Vendido pelo governo municipal como
um projeto revolucionário, para mudar a
vida dos alunos da rede pública e até
melhorar a qualidade nutricional diária
deles, a “refeição escolar” chega ao fim
em Marabá de forma melancólica.
Nesta quarta-feira (1º) o município reassume
a merenda escolar para 48.500 dos 60 mil
alunos da rede, nos moldes do que era
praticado antes da terceirização. Alvo de críticas desde a sua implantação, em agosto
de 2009, o modelo de refeição escolar afunda antes do final do governo Maurino Magalhães.
A dois meses de completar dois anos, a “refeição escolar”, como foi batizado o sistema de
alimentação nas escolas da rede, começa a ser abortada, para voltar à clássica
merenda, como era trabalhada anteriormente, inclusive com premiação nacional recebida
ainda no governo anterior.
A mudança para refeição foi uma promessa de campanha de Maurino Magalhães
em 2008 e ganhou ainda mais força poucos meses antes dele assumir como prefeito
, com a garantia de que seria o principal projeto social do seu governo, devido
à alimentação nas escolas significar, para muitas crianças, a principal refeição do dia.
No mundo ideal da propaganda oficial, o prefeito prometia que os custos não seriam
altos para o município, mesmo com a terceirização que vinha a reboque do projeto.
Isso porque a empresa contratada iria adquirir os alimentos de pequenos
produtores da região, dando um impulso a estes últimos, o que nunca foi efetivo
devido ao desinteresse das cooperativas de pequenos agricultores.
No dia 4 de agosto de 2009, respaldado pela Câmara Municipal, onde tem
maioria entre os vereadores, Maurino assinava contrato com a EB Alimentação
Escolar Ltda., representada pela sua vice-presidente, Cristiane Venturri.
A Semed divulgou que seriam servidas 60 mil refeições diárias ao custo mensal
de R$ 2 milhões por mês ao município.
Em 17 de agosto, com grande estardalhaço e cercado por assessores
e políticos, o prefeito lançava na escola Irmã Theodora, no Bairro da Liberdade,
a refeição escolar, servindo ele mesmo o primeiro prato a um aluno. Na cozinha,
funcionários da EB, entre eles nutricionistas.
Nas semanas que se seguiram vieram queixas de pais de alunos e de diretores
de escolas, minimizadas pela prefeitura que afirmava ser impacto da mudança
do perfil ou perseguição de servidores contrários às mudanças implementadas
pelo novo governo.
As vereadoras Vanda Américo (PV) e Toinha Carvalho (PT) chegaram a
denunciar que estava sendo servida até farofa com ovo e banana em algumas
unidades. Uma espécie de carne processada, o suco de caixinha ao invés
de polpa de frutas, e o enlatado de salsicha lideravam as reclamações.
A ajuda de custo que os municípios recebem – no caso de Marabá, R$ 350 mil
– para a alimentação escolar, por parte do FNDE (Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação) também ficou prejudicada com a terceirização.
Na voltaApós muito bate-boca, inclusive na Câmara de Marabá, o município decidiu
recuar da refeição escolar. Em ofício circular enviado no dia 24 de
maio a diretores de escolas, a coordenadora do Departamento de Alimentação
Escolar, Regina Souza, informava a eles que a distribuição de gêneros alimentícios
havia sido retomada em 23 de maio na zona rural e, a partir de 1º de junho, na área urbana.
O documento, ao qual o CORREIO DO TOCANTINS teve acesso, observava outras
recomendações de praxe como o pedido para que os diretores fiscalizem o
trabalho das merendeiras, observem a aceitação do cardápio e a qualidade dos gêneros
alimentícios.
O CT levantou, ainda, que 23 escolas da educação infantil e mais 18 com turmas
de 1º ao 5º ano, num universo de pelo menos 11.500 alunos, continuaram atendidas
pela EB Alimentos. Nas que serão retomadas pela prefeitura, fogões, freezers,
panelas e pratos, entre outros utensílios, pertenciam ao patrimônio e estavam apenas
cedidos à empresa, no que serão reincorporados.
Na semana passada, em sessão realizada na tarde de terça-feira, sem a
presença de vereadores da oposição, o governo conseguiu aprovar a contratação
de 100 merendeiras até que saia o resultado final e convocação de aprovados em concurso.
Reportagem do Jornal esteve ontem à tarde no Deptº de Alimentação Escolar, para
levantar se o alimento já estava todo distribuído às escolas da rede, mas a
coordenadora Regina Souza não quis gravar entrevista. Informalmente, respondeu
que o estoque começou a ser entregue ontem mesmo e teria continuidade
hoje, finalizando a tempo para a retomada da merenda pela Semed.
Ela também não permitiu fotos no interior do depósito.
Há duas semanas o CT esteve naquele mesmo departamento apurando
informações para reportagem sobre uma tonelada de alimentos que tiveram
de ser incinerados por perda do prazo de validade. (Da Redação)
RespostaPrefeitura defende que não há quebra de contrato
Para entender melhor como o governo municipal pretende reassumir a merenda
escolar no momento em que continua com contrato em vigor com a empresa
EB Alimentos, a reportagem acionou a Prefeitura de Marabá por meio da
Secom e recebeu resposta de que não está havendo quebra de contrato de
nenhuma das partes, mas apenas um período de experiência na retomada de alimentação.
“A empresa EB Alimentos, que tem a licitação para fazer a refeição escolar,
vai ficar responsável pela refeição dos alunos somente da educação infantil”,
diz trecho da resposta, atribuindo, em seguida, ao prefeito Maurino Magalhães
de Lima, a informação de que a medida se da “em virtude da reclamação em algumas
escolas em relação ao sabor da refeição”.
Continua o e-mail ao CT: “Como havia a cobrança incisiva por parte de alguns
vereadores contra a qualidade da refeição e da empresa EB Alimentos, inclusive
com alguns pedindo o cancelamento da refeição e a volta a antiga merenda,
o prefeito diz que decidiu conversar com a empresa e fazer esse acordo. Ao final,
será feito um comparativo entre a refeição feita pela EB e pela prefeitura,
para definir que medida será tomada”.
A Secom garante, ainda, que o prefeito tem a refeição como projeto carro chefe
do seu governo. “Por isso, vai fazer de tudo para que dê certo, independente
de quem esteja fazendo a refeição”. Também destaca que a EB Alimentos
vai atender a 30% dos alunos da rede municipal. O valor de cada prato sai por R$ 1,70.
Trecho final da reposta da prefeitura diz o seguinte: “O prefeito faz questão de ressaltar
que a EB vinha fazendo um bom trabalho, mas, como se trata de um projeto pioneiro
no município e de refeição, é difícil agradar a todos. ‘Tem muita escola que não quer
a saída da empresa, mas vamos assumir por um período e depois fazer esse comparativo’”.
O CORREIO DO TOCANTINS também enviou e-mail com questionamentos à
,coordenação local da EB Alimentos, a qual ficou de repassar à assessoria da empresa
em outro estado e nos responder, o que não aconteceu até o fechamento da edição.
Entre outras coisas o CT quis saber se existe mesmo a dívida milionária da prefeitura
para com a EB, como denunciado recentemente pela vereadora Vanda Américo.
um projeto revolucionário, para mudar a
vida dos alunos da rede pública e até
melhorar a qualidade nutricional diária
deles, a “refeição escolar” chega ao fim
em Marabá de forma melancólica.
Nesta quarta-feira (1º) o município reassume
a merenda escolar para 48.500 dos 60 mil
alunos da rede, nos moldes do que era
praticado antes da terceirização. Alvo de críticas desde a sua implantação, em agosto
de 2009, o modelo de refeição escolar afunda antes do final do governo Maurino Magalhães.
A dois meses de completar dois anos, a “refeição escolar”, como foi batizado o sistema de
alimentação nas escolas da rede, começa a ser abortada, para voltar à clássica
merenda, como era trabalhada anteriormente, inclusive com premiação nacional recebida
ainda no governo anterior.
A mudança para refeição foi uma promessa de campanha de Maurino Magalhães
em 2008 e ganhou ainda mais força poucos meses antes dele assumir como prefeito
, com a garantia de que seria o principal projeto social do seu governo, devido
à alimentação nas escolas significar, para muitas crianças, a principal refeição do dia.
No mundo ideal da propaganda oficial, o prefeito prometia que os custos não seriam
altos para o município, mesmo com a terceirização que vinha a reboque do projeto.
Isso porque a empresa contratada iria adquirir os alimentos de pequenos
produtores da região, dando um impulso a estes últimos, o que nunca foi efetivo
devido ao desinteresse das cooperativas de pequenos agricultores.
No dia 4 de agosto de 2009, respaldado pela Câmara Municipal, onde tem
maioria entre os vereadores, Maurino assinava contrato com a EB Alimentação
Escolar Ltda., representada pela sua vice-presidente, Cristiane Venturri.
A Semed divulgou que seriam servidas 60 mil refeições diárias ao custo mensal
de R$ 2 milhões por mês ao município.
Em 17 de agosto, com grande estardalhaço e cercado por assessores
e políticos, o prefeito lançava na escola Irmã Theodora, no Bairro da Liberdade,
a refeição escolar, servindo ele mesmo o primeiro prato a um aluno. Na cozinha,
funcionários da EB, entre eles nutricionistas.
Nas semanas que se seguiram vieram queixas de pais de alunos e de diretores
de escolas, minimizadas pela prefeitura que afirmava ser impacto da mudança
do perfil ou perseguição de servidores contrários às mudanças implementadas
pelo novo governo.
As vereadoras Vanda Américo (PV) e Toinha Carvalho (PT) chegaram a
denunciar que estava sendo servida até farofa com ovo e banana em algumas
unidades. Uma espécie de carne processada, o suco de caixinha ao invés
de polpa de frutas, e o enlatado de salsicha lideravam as reclamações.
A ajuda de custo que os municípios recebem – no caso de Marabá, R$ 350 mil
– para a alimentação escolar, por parte do FNDE (Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação) também ficou prejudicada com a terceirização.
Na voltaApós muito bate-boca, inclusive na Câmara de Marabá, o município decidiu
recuar da refeição escolar. Em ofício circular enviado no dia 24 de
maio a diretores de escolas, a coordenadora do Departamento de Alimentação
Escolar, Regina Souza, informava a eles que a distribuição de gêneros alimentícios
havia sido retomada em 23 de maio na zona rural e, a partir de 1º de junho, na área urbana.
O documento, ao qual o CORREIO DO TOCANTINS teve acesso, observava outras
recomendações de praxe como o pedido para que os diretores fiscalizem o
trabalho das merendeiras, observem a aceitação do cardápio e a qualidade dos gêneros
alimentícios.
O CT levantou, ainda, que 23 escolas da educação infantil e mais 18 com turmas
de 1º ao 5º ano, num universo de pelo menos 11.500 alunos, continuaram atendidas
pela EB Alimentos. Nas que serão retomadas pela prefeitura, fogões, freezers,
panelas e pratos, entre outros utensílios, pertenciam ao patrimônio e estavam apenas
cedidos à empresa, no que serão reincorporados.
Na semana passada, em sessão realizada na tarde de terça-feira, sem a
presença de vereadores da oposição, o governo conseguiu aprovar a contratação
de 100 merendeiras até que saia o resultado final e convocação de aprovados em concurso.
Reportagem do Jornal esteve ontem à tarde no Deptº de Alimentação Escolar, para
levantar se o alimento já estava todo distribuído às escolas da rede, mas a
coordenadora Regina Souza não quis gravar entrevista. Informalmente, respondeu
que o estoque começou a ser entregue ontem mesmo e teria continuidade
hoje, finalizando a tempo para a retomada da merenda pela Semed.
Ela também não permitiu fotos no interior do depósito.
Há duas semanas o CT esteve naquele mesmo departamento apurando
informações para reportagem sobre uma tonelada de alimentos que tiveram
de ser incinerados por perda do prazo de validade. (Da Redação)
RespostaPrefeitura defende que não há quebra de contrato
Para entender melhor como o governo municipal pretende reassumir a merenda
escolar no momento em que continua com contrato em vigor com a empresa
EB Alimentos, a reportagem acionou a Prefeitura de Marabá por meio da
Secom e recebeu resposta de que não está havendo quebra de contrato de
nenhuma das partes, mas apenas um período de experiência na retomada de alimentação.
“A empresa EB Alimentos, que tem a licitação para fazer a refeição escolar,
vai ficar responsável pela refeição dos alunos somente da educação infantil”,
diz trecho da resposta, atribuindo, em seguida, ao prefeito Maurino Magalhães
de Lima, a informação de que a medida se da “em virtude da reclamação em algumas
escolas em relação ao sabor da refeição”.
Continua o e-mail ao CT: “Como havia a cobrança incisiva por parte de alguns
vereadores contra a qualidade da refeição e da empresa EB Alimentos, inclusive
com alguns pedindo o cancelamento da refeição e a volta a antiga merenda,
o prefeito diz que decidiu conversar com a empresa e fazer esse acordo. Ao final,
será feito um comparativo entre a refeição feita pela EB e pela prefeitura,
para definir que medida será tomada”.
A Secom garante, ainda, que o prefeito tem a refeição como projeto carro chefe
do seu governo. “Por isso, vai fazer de tudo para que dê certo, independente
de quem esteja fazendo a refeição”. Também destaca que a EB Alimentos
vai atender a 30% dos alunos da rede municipal. O valor de cada prato sai por R$ 1,70.
Trecho final da reposta da prefeitura diz o seguinte: “O prefeito faz questão de ressaltar
que a EB vinha fazendo um bom trabalho, mas, como se trata de um projeto pioneiro
no município e de refeição, é difícil agradar a todos. ‘Tem muita escola que não quer
a saída da empresa, mas vamos assumir por um período e depois fazer esse comparativo’”.
O CORREIO DO TOCANTINS também enviou e-mail com questionamentos à
,coordenação local da EB Alimentos, a qual ficou de repassar à assessoria da empresa
em outro estado e nos responder, o que não aconteceu até o fechamento da edição.
Entre outras coisas o CT quis saber se existe mesmo a dívida milionária da prefeitura
para com a EB, como denunciado recentemente pela vereadora Vanda Américo.
5 comentários:
O valor da merenda aumentou e a qualidade caiu.Qual foi a mágica?
Toda esta esculhambação aconteceu e ninguém ate hoje foi punido,pela ma fé,pelo desvio dos recursos,pela manipulação do contrato de licitação da terceirização onde a empresa recebia por aluno matriculado e não por refeição servida, orientação por escrito da procuradora Kelli Nocetti.
Será que ninguém vai pagar nem uma ave maria de penitencia?
Nénguém irá pagar por nada,pois,evangélico não Reza,Ora...
O mais interessante saber é que este Desgoverno não permanecerá mais,dando lugar a outro da mesma,ou de Pior estirpe.Mais,todavia,entretanto,gostaria de alertar o poster para mirar em uma pequena figura que anda pela Secretaria de Educação e que irá sair de lá Milionária,fruto de espoliação e pilhagem do Erário público,ele próprio já anunciou que não volta mais para a escola.Não precisará mais trabalhar,esse biltre,Junto com o Calandrini que é o fantoche mais bem remunerado do planeta e da Gigante Rosicleide que na campanha eleitoral andava com uma mala comprando voto no são Felix,Morada Nova e na Zona rural do municipio.Por isso ela é agrande CAP deste Desgoverno.
Morei a 12 anos em Marabá e estudei na escola Oneide de Sousa Tavares, localizada na folha 30, naquela época em 98 e 99, a marenda escolar ja vinha entrando em decadência, mas eu ainda comia uma merenda boa, iogurte, café com bolacha e as vezes macarronada....não posso reclamar e dizer que era boa, mas era o que nós tínhamos no momento, mas hoje vejo q a merenda escolar de Marabá, está num declineo horrível, e se o prefeito Mauro Mariane junto com o Deputado da região não resolverem, ficara cada vez pior, posso falar isso porque hoje eu moro em Canoinhas Santa Catarina e aqui a merenda é acompanhada por nutricionista e é de excelente qualidade, a merenda de 1º a 9º ano é diferenciada dos alunos que estão em creches e berçarios, e como Paraense posso dizer q desse lado eu tenho vergonha porque as crianças não merecem comer uma merenda de má qualidade e o pior sem passar por um nutricionista.......
Lígia Rocha Cavanhari.....
Canoinhas Santa Catarina
Julgo improcedente.
Qualquer Ação, seja Cível, Penal ou Administrativa, não obterá êxito. A defesa irá alegar que o maurino (o mau... é bem sugestivo), por ser Bíblia, evangélico estava de boa-fé.
Mau ... e de boa-fé, não se coaduna. Contudo, aleluia! ô Glória.
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