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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Os drenos da grana da Saúde

Do blog O filtro, de Época:

Recursos da saúde: desviados e usados até para construir pistas de skate

As manchetes dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo desta terça-feira trazem detalhes de como os recursos da saúde, que já são poucos segundo a presidente Dilma Rousseff, são usados de maneira irregular e desviados antes de chegar ao cidadão que precisa de atendimento médico.
O Globo mostra como verbas do Piso Nacional da Saúde – cujos recursos devem ser usados em ações genuinamente da área (como compra de medicamentos e construção de hospitais) – são usados para pagar benefícios aos funcionários do Ministério da Saúde (como auxílio-alimentação e assistência médica) e até para a construção das chamadas academias de saúde, que têm uma ligação bastante indireta com a saúde:
As academias são espaços para atividades físicas, esporte, cultura e lazer que o Ministério da Saúde pretende construir em parceria com prefeituras até 2012, com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O governo alega que as academias são uma grande contribuição para a prevenção de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. O desenho das academias prevê construção de playgrounds, quadras poliesportivas e até rampas para skate.
Folha, por sua vez, traz detalhes de um dos casos de emendas parlamentares vendidas em São Paulo que foi denunciado pelo deputado estadual Roque Barbiere (PTB). Segundo o jornal, uma emenda de 2,2 milhões da deputada paulista Patrícia Lima (PR) foi usada para comprar equipamentos hospitalares superfaturados em até 500% para o hospital mantido pela Associação de Proteção e Assistência à Maternidade e à Infância de Registro, cidade na região mais pobre de São Paulo, o Vale do Ribeira.
A associação usou o dinheiro para comprar, sem licitação, 17 itens de equipamentos hospitalares da Pharmacentro, uma empresa de fachada que tem sede na cidade de Goiânia. A Folha teve acesso à nota fiscal da compra dos equipamentos e fez uma pesquisa de preços dos itens adquiridos pelo hospital. Por exemplo, a entidade pagou R$ 86,4 mil à Pharmacentro por uma mesa cirúrgica ortopédica. A reportagem encontrou o mesmo item por R$ 25 mil (diferença de 345%). No caso mais explícito, a entidade pagou R$ 198,5 mil por um aparelho de videolaparoscopia completo que pode ser encontrado por R$ 32,9 mil – 503% a mais.
Os dois casos – de recursos usados de forma ilegal e imoral e de verbas desviadas – chegam ao público em um momento no qual se discute se o Brasil, um país onde as pessoas ainda morrem por falta de atendimento e por conta do atendimento precário nos hospitais, deve criar um novo imposto para financiar a saúde.

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