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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

No Pará, marajás da Justiça ganham até R$ 90 mil


Remuneração bruta de desembargadores do Pará atinge até R$ 90 mil em 2012. E a maioria recebe mais de R$ 40 mil por mês. O balaio inclui verbas indenizatórias. Mas não se sabe quanto cabe a cada um.


TJ Pará: vencimentos brutos de até R$ 90 mil em 2012


Na esteira da Lei da Transparência, a ministra Carmen Lúcia, presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgou, em maio deste ano, o próprio contracheque.

Nele, consta que Carmen Lúcia, que é também ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) e está, portanto, no topo da carreira, recebeu naquele mês um vencimento de R$ 26.723,13 brutos, que, com os descontos, caiu para apenas R$ 17.877,49 líquidos.

O contracheque da ministra até causou espanto, por se tratar de um ganho modestíssimo para alguém que ocupa um cargo tão importante, que exige muito estudo e dedicação.

No entanto, bem mais espantosa é a remuneração dos desembargadores paraenses, agora em 2012 – e não pela modéstia.

Em janeiro deste ano, por exemplo, a remuneração bruta da presidenta do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, desembargadora Raimunda do Carmo Gomes Noronha, alcançou exatos R$ 90.778,27, dos quais foram retidos, em função do teto constitucional, apenas R$ 4.541,75.

O vencimento básico de Raimunda Noronha, como presidenta do TJE, foi de R$ 31.264,88.

Mas ela recebeu, ainda, R$ 2.652,93 de vantagens pessoais; R$ 570,00 de “auxílios”; e R$ 56.290,46 de “vantagens eventuais” – uma rubrica que engloba o abono constitucional de 1/3 de férias, indenização de férias, antecipação de férias, gratificação natalina e antecipação de gratificação.

No entanto, não foi apenas Raimunda Noronha que recebeu uma remuneração bruta tão elevada: dos outros 26 desembargadores do TJE listados no quadro “Detalhamento da Folha de Pessoal”, que se encontra no site do próprio tribunal, apenas 5 receberam menos de R$ 30 mil brutos.
Outros dois ganharam mais de R$ 30 mil brutos.
Doze receberam mais de R$ 40 mil brutos.
Seis foram contemplados com mais de R$ 50 mil brutos.
E um recebeu quase R$ 85 mil (exatos R$ 84.956,37). Brutos, é claro.
O redutor constitucional foi aplicado a apenas 5 desses 26 desembargadores, e chegou, no máximo, a R$ 2.953,47. 
No entanto, vale lembrar, o redutor constitucional só é aplicado sobre as verbas remuneratórias – e não sobre dinheiro relativo a indenizações.
Na maioria dos casos, a remuneração bruta dos desembargadores paraenses esteve sempre acima de R$ 40 mil ao longo deste semestre, chegando, algumas vezes, a mais de R$ 70 mil ou R$ 80 mil. Tudo em decorrência das chamadas “vantagens eventuais”.
Julho foi o mês mais impressionante: dos 30 desembargadores, apenas 1 não recebeu acima de R$ 40 mil.
Veja o resumo dos ganhos brutos dos magistrados paraenses preparado pela Perereca da Vizinha.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deus nos livre das autoridades brasileiras, nossos piores inimigos. Em um teste vocacional na escola que trabalho, vários alunos responderam com estas ou outras palavras: "Quero ser juiz, pois assim posso roubar, abusar, estorquir e até matar que não pega nada, e aina sou muito bem remunerado". Lamentável!

CEBINHO