No corredor estreito e entulhado
de armários, o espaço útil fica, no máximo, com 80 cem de largura para acomodar
a fila de interessados. Apenas três cadeiras estão disponíveis. A impressão que
se tem é que o prédio encolheu no fluir do tempo e os armários se multiplicaram
por osmose ou geração espontânea. O serviço à clientela, diz um aviso na
parece, é das 14h às 17h, de segunda a sexta. Idoso, claro, não em regalia (era
só o que faltava...).
À tarde de terça-feira, 18 de
setembro, 25 pessoas apertavam-se em fila que se movia com dificuldade no rumo
do balcão para uma só pessoa por vez, que levava até trinta minutos para
resolver seu problema. Atrás do balcão, um atendente único se vira como pode.
Ele mesmo confirma que há greve marcada para o dia seguinte. Mas, pelo serviço
que presta, parece que a greve já começou a bastante tempo...
Na fila, um senhor pondera que
desde a última paralisação nacional, ano passado, o serviço dos Correios
afundou num oceano de problemas, atrasos na entrega de correspondência,
prejuízos incalculáveis para o usuário que recebe faturas atrasadas e vai
quitá-las com juros e correção monetária.
Ele não deixa de ter razão. Neste
mesmo setembro recebi, dia 17, o boleto da OAB, remetido em agosto para
pagamento até o dia 5. Resultado: estou em débito, vou ter de recorrer e pedir
uma segunda via por internet.
Agora mesmo, já ao final da tarde
quando enfim sou atendido, observo que minha correspondência com A.R. (Aviso de
Recebimento, registrado urgente) foi despachada em Belém dia 6 de agosto. Uma
anotação informa que o agente - acredite se quiser - teria passado em casa dia 7 de setembro, feriado
e data do meu aniversário, onde eu não me encontrava.
Um comentário:
Eu que mesmo antes da greve não vinha recebendo minhas correpondências imagine agora?
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