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sábado, 6 de outubro de 2012

Na terra de muro baixo, empresas de transporte fazem o que querem

No CORREIO DO TOCANTINS

05/10/2012
 Empresas não cumprem prazo para operar transporte coletivo
 

Em abril deste ano, uma cerimônia em frente à Prefeitura de Marabá selou a assinatura do contrato para que duas novas empresas de ônibus assumissem o serviço no lugar da Transbrasiliana e Viação Cidade Nova. As vencedoras foram a Transcid e TCA. Ambas tinham 90 dias para instalar sua garagem e demais estrutura e começar a operar com ônibus novos. Passados cinco meses e uma reunião no Ministério Público Estadual, apenas uma dela está com ônibus nas ruas (nenhum é novo) e a outra ainda não deu o ar da graça na cidade.

No dia 16 de agosto, a promotora de Justiça do Consumidor, Aline Tavares Moreira, convocou para uma reunião no Ministério Público representantes das empresas Transcid e TCA, e também da Prefeitura, para explicar os motivos do atraso para iniciar o serviço de transporte coletivo urbano nas ruas de Marabá e também do terminal de integração, que estava no edital de licitação, a ser construído pela Prefeitura.
A Transcid prometeu começar a operar a partir do dia 17 de agosto, enquanto a TCA garantiu que colocaria seus ônibus nas ruas a partir do dia 30 de setembro, com “ônibus mais novos e com maior número de viagens”. Mas apenas a Transcid já está nas ruas, tendo assumido a vaga da Viação Cidade Nova. Apenas colocou ônibus mais novos, mas nenhum deles é zero quilômetro. Cada uma delas deverá colocar 35 ônibus novos e mais quatro reservas.
Mas os representantes das duas empresas deixaram claro que para o serviço funcionar plenamente, a Prefeitura tem de cumprir sua parte e construir o Terminal de Integração. O município alega que a área onde iria instalar o referido terminal está em disputa, pois apareceu um proprietário, mas que há problemas com a documentação. A informação inicial era de que a previsão da PMM seria para entregar o terminal em janeiro de 2013.
Chegou-se a discutir a possibilidade de instalar terminais provisórios e com estrutura menor, para desafogar o sistema, mas nada ficou definido.
Também se discutiu no MP a quitação quanto aos bens reversíveis para a Viação Cidade Nova e Transbrasiliana. Não foi divulgado oficialmente o valor que as novas empresas deveriam indenizar as antigas, mas a reportagem recebeu informação de que seria de R$ 11 milhões para cada uma.
Preocupada com mais um atraso das novas empresas, a promotora Aline Tavares Moreira vai requerer explicações das duas empresas, por entender que o prazo acordado não foi cumprido.
Ontem, a Reportagem do CT conversou com o coordenador de Trânsito do DMTU, Rogério Matias da Silva, que acompanha de perto o processo de transição das empresas antigas para as novas. Ele informou que também vai pedir explicações por escrito de ambas as empresas, que falharam com as datas que deram ao município.
Ele explicou que a Transcid já está com estrutura instalada no local onde funcionava a Viação Cidade Nova, mas reconheceu que não há ainda nenhum ônibus novo em circulação. “É preciso explicar que não será toda a frota zero quilômetro, mas a média de utilização tem de ser relativamente nova”, ressalta Rogério.
O coordenador de Transporte do DMTU também observa que o presidente da TCA alegou que está tendo problema com alguns fornecedores para otimizar a garagem, localizada na Folha 33, antiga garagem da Transbrasiliana e que um novo prazo teria sido dado, para começar a operação até o final deste mês de outubro. Quem deverá assumir a gerência da TCA em Marabá, segundo informações obtidas por Rogério, seria Zacarias, filho do proprietário da empresa.
As empresas não deverão ter seus nomes impressos nos ônibus, mas apenas a inscrição RTCM (Rede de Transporte Coletivo de Marabá). As denúncias deverão ser efetuadas ao DMTU ou ao Conselho Municipal de Transporte através da placa do veículo ou por seu número.
Procurado pelo CT, o gerente da Transcid em Marabá, Jair Manoel Pessoa, disse que o atraso ocorreu por conta de logística e também para instalar equipamentos exigidos na licitação, como instalação de câmeras de segurança e plataformas elevatórias para transporte de cadeirantes. “Os novos carros estão sendo encarroçados. Os da TCA começaram a chegar hoje (ontem) e os nossos ficaram na sequência, para serem transportados para Marabá. Este mês deve chegar toda a frota das duas empresas. Os prazos dados inicialmente têm de ser alterados porque dependem de logística mesmo”, justificou.
Ontem, no início da tarde, a reportagem do CT flagrou a chegada dos novos ônibus da TCA na garagem da empresa, na Folha 33. Era seis ônibus novos, todos eles com a inscrição RTCM, na cor predominante verde. (Ulisses Pompeu)

2 comentários:

Anônimo disse...

Ademir,

É importante ressaltar que a empresa TCA ( é de propriedade de um dos sócios da Transbrasiliana). Portanto, essa empresa vai apenas continuar com o monopólio e herdar todos os problemas que nós já conhecemos. Com relação a Transcid, além dos ônibus não serem "novos", eles não tem ar-condicionado e nem acdesso aos cadeirantes conforme determinava na Licitação.
Fico triste por que essas questões não entraram no debate eleitoral, os vereadores não assume a luta pela cidade, e nós vamos continuar na mesmiçe.

Anônimo disse...

voçê acha que a quem pertence a TCA?

Lázaro Moreira Braga, diretor da Transbrasiliana e da TCA
http://www.tcabus.com.br/siteNovo/?p=pagina&pg=Nossa-Historia-1