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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Os meandros da república corrupta

No Parsifal Pontes:

Como se desmonta uma operação da PF

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A cúpula do PT, ao saber que a ex-chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo, Rosemary de Noronha, ameaçava revelações de alcova, providenciou o que a imprensa chamou de “Operação Abafa Rose”.
> Okamoto e Luiz Dulci, os panos quentes
Como em outras empreitadas do estilo, Paulo Okamoto, o presidente do Instituto Lula e o ex-ministro Luiz Dulci foram escalados para acalmar Rose.
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Conta Mônica Bérgamo que quando Okamoto chegou ao apartamento de Rose ela estava irreconhecível: com os cabelos despenteados e alterando a voz, blasfemava contar o que sabia se a abandonassem.
Okamoto afirmou-lhe apoio e declarou que disporia do ex-ministro Marcio Thomaz Bastos para defendê-la. Quando Rose se acalmou, Okamoto ligou ao ex-presidente Lula e colocou-a na linha.
> Thomaz Bastos aconselhou Celso Vilardi
Márcio Thomaz Bastos ponderou que se assumisse a defesa de Rose a imprensa ligaria a contratação a Lula e indicou um dos mais caros e requisitados criminalistas de São Paulo, Celso Vilardi (foi contratado por Eike Batista para a defesa do filho que matou, por atropelamento, um rapaz no Rio de Janeiro), que assumiu a causa.
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> Comandos em ação no Congresso
Ao ver que a oposição se articulava para abrir uma CPI, o governo organizou um comando nas duas Casas para abortar a operação: no Senado convocou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e na Câmara Federal o escalado foi o deputado Henrique Alves (PMDB-RN).
> Lula age desde São Paulo
Em São Paulo, a sede do Instituto Lula transformou-se no quartel general do controle da crise, de onde Lula convidou o alto comando do PSDB, que atendeu ao chamado.
PT e PSDB fizeram um pacto de cavalheiros: o PSDB exigiria esclarecimentos sobre o episódio, mas se restringiria à cadeia institucional indiciada, ficando implícito que Rosemary Noronha e a sua relação com Lula não teria pauta.
Lula agiu ainda junto ao Ministério da Justiça para que o inquérito da PF que seguiu à “Operação Porto Seguro” fosse finalizado o mais rápido possível.
> Inquérito finaliza em tempo recorde
O Ministro da Justiça agiu e o inquérito teve a finalização mais rápida “da história desse país”: em uma semana, no final da sexta-feira (07) a peça foi concluída e enviada à 5ª Vara da Justiça Federal, em São Paulo.
Pronto: acabou a “Operação Porto Seguro”.


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