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quinta-feira, 28 de março de 2013

Anistia Internacional vem a Marabá, diz CPT


Entre os dias 1º e 4 de abril, uma delegação internacional da Fundação Right Livelihood Award (RLA) cobrará justiça e esclarecimento de crimes contra integrantes do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outros movimentos sociais que atuam no campo. Somente em um ano, o número de ativistas ameaçados no país aumentou 177,6%. Em resposta a esse aumento da violência, a RLA decidiu enviar uma delegação à cidade de Marabá, no Pará.
Da delegação participam dois agraciados com o Right Livelihood Award (também conhecido como Prêmio Nobel Alternativo): Angie Zelter, representante da organização britânica Trident Ploughshares (RLA 2001) e o biólogo argentino Raúl Montenegro (RLA 2004). Também compõe esta comitiva Marianne Andersson, integrante do Conselho Diretivo da Fundação RLA e ex-membro do Parlamento sueco, que a respeito das razões de sua presença em Brasil, afirmou: "A delegação chegará para expressar sua solidariedade aos ativistas brasileiros, denunciar os crimes e ataques que estão sofrendo os lutadores sociais nesse país e exigir a realização imediata da reforma agrária".
Assassinato
No dia 25 de janeiro último, Cícero Guedes, líder do MST, foi assassinado a tiros no Rio de Janeiro, por pistoleiros ainda não identificados. Este assassinato é só um de número crescente de ataques contra ativistas brasileiros envolvidos na luta pela reforma agrária. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) confirma que o número de ativistas ameaçados no país aumentou de 125 para 347 entre 2010 e 2011, segundo o relatório Conflitos no Campo Brasil. Somente em um ano, o número de ativistas ameaçados no país aumentou 177,6%.
A violência no Pará
A situação é particularmente grave no estado do Pará, estado que, segundo o Relatório de Investigação 2005 da Federação Internacional de Direitos Humanos (FIDH), representa 40% da superfície total desmatada no Brasil, e tem as taxas mais altas do país, tanto de escravidão como de ameaças a defensores dos direitos humanos. A CPT revela que 12 dos 29 assassinatos de ativistas rurais brasileiros em 2011, ocorreram no estado. O MST sustenta que o clima de impunidade ainda é muito forte na região.
Em 1991, a Comissão Pastoral da Terra e o MST receberam conjuntamente o Right Livelihood Award por seu trabalho incansável a favor da justiça social e do respeito aos direitos humanos dos pequenos agricultores e camponeses sem terra do Brasil.
Outras presenças
Já confirmaram presença também no julgamento, representantes da Anistia Internacional, entidade internacional de direitos humanos como sede em Londres, na Inglaterra. A Anistia é uma das entidades que tem se destacado no campo da defesa dos direitos humanos no mundo, produzindo relatórios anuais sobre a violação de direitos humanos em diferentes países. Em seus relatórios o Pará tem sido frequentemente citado em razão das ameaças e mortes no campo. Atualmente, a Anistia está acompanhando o caso das ameaças sofridas por Laisa Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo, esposa de José Cláudio, ambos assassinados em maio de 2011.
Também estarão presentes representantes do MHuD, entidades de defesa dos direitos humanos com sede no Rio de Janeiro. O MHuD é composto por artistas e intelecturais com atuação em Redes de TVs, Universidades e outros espaços. Em 2012, a entidade entregou o prêmio João Canuto de Direitos Humanos para Laísa sampaio como reconhecimento de sua luta em defesa da floresta no Assentamento Agroextrativista Praia Alta Piranheira, no Município de Nova Ipixuna.
Como parte da visita, as referidas entidades, participarão de uma audiência pública sobre a impunidade da qual gozam os violadores dos direitos humanos. A atividade será no dia 2 de abril, na Universidade Federal do Pará (UfPA), em Marabá (PA), à partir das 14:00hs. No dia segunte, todos participarão do Júri Popular, do caso do assassinato do casal de extrativistas de Nova Ipixuna, José Claudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, ocorrido em 2011.
Outras entidades ainda deverão confirmar presença nas próximas horas. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Ademir Bráz
Na tarde de quinta feira procurei a prefeitura, porque precisava falar com o prefeito, aí, me informaram que o mesmo estava viajando, disse que então falaria com o vice, me informaram que o mesmo também estava viajando,Ademir, pode a prefeitura ficar acéfala, sem ninguem responder, largada, isso é legal, gostaria que você se pudesse, me informar, parece que nada mudou, voltou o tempo do Maurino,será que aos 100 anos , nada muda mesmo.