Segundo a Veja, o ex-gerente afirmou que diretores da mineradora mandavam grampear funcionários, obter contas telefônicas de jornalistas e infiltrar pessoas em movimentos sociais
Por Lara Rizério
SÃO PAULO - André Almeida, um ex-gerente da Vale (VALE3; VALE5) na gestão de Roger Agnelli, fez acusações pesadas contra a companhia da qual foi demitido no ano passado, segundo informações da Veja publicadas na coluna de Lauro Jardim.
De acordo com as acusações feitas por Almeida perante a Justiça Trabalhista do Espírito Santo e o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, diretores da mineradora mandavam grampear funcionários, obter contas telefônicas de jornalistas e infiltrar pessoas em movimentos sociais. Ele trabalhava no Serviço de Inteligência em Segurança Empresarial da Vale e afirmou que ele mesmo fazia parte do trabalho encomendado.
Segundo relatado, o ex-empregado da Vale participava da instalação de interceptações telefônicas para vigiar funcionários, sendo que até um ex-diretor da empresa foi monitorado. A Vale afirma que as acusações são infundadas e as atribui ao inconformismo de Almeida por ter sido ''demitido por justa causa''. Dentre outros motivos, afirma a companhia, ele teria usado o cartão de crédito corporativo indevidamente, afirma a mineradora.
A companhia afirma que contratou dois funcionários da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e que faz o monitoramento de movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) e o Justiça nos Trilhos, mas sem infiltrar pessoas. Entretanto afirmou que, na gestão Agnelli, fez vários funcionários abrirem mão do sigilo telefônico para descobrir quem havia falado com jornalistas que publicaram matérias sobre uma negociação em andamento.
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