A Advocacia-Geral da União (AGU) cobra de volta mais de R$
2,7 milhões aos cofres públicos gastos pela Justiça Eleitoral com novas
eleições geradas por cassação de prefeitos em diversos municípios do país. A
quantia duplicou um ano e meio após o Advogado-Geral da União, ministro Luís
Inácio Adams, e o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
ministro Ricardo Lewandowisk, assinarem acordo de cooperação técnica que
garante o repasse de informações entre os órgãos sobre os prefeitos que foram
cassados por atos ilícitos cometidos durante o processo eleitoral.
Levantamento do Departamento de Patrimônio e Probidade
Administrativa da Procuradoria-Geral da União (DPP/PGU) aponta que os advogados
estão de olho nos gastos indevidos. Até o momento já foram ajuizadas 51 ações
com pedido de ressarcimento. Outras 37 estão sendo finalizadas para serem
protocoladas na Justiça Federal nos próximos dias. Ainda foram realizados seis
acordos. No total, são acompanhados 94 casos.
Segundo a AGU, as ações são contra prefeitos que perderam os
mandatos porque foram condenados em crimes como captação ilícita de sufrágio
(compra de voto) e abuso de poder político e/ou econômico. Os valores vão
restituir os gastos da União com os novos pleitos realizados. De acordo com o
artigo 224 do Código Eleitoral, toda vez em que um candidato eleito atinge mais
da metade dos votos válidos na eleição, os demais votos são prejudicados,
ficando anuladas, consequentemente, as eleições como um todo. Por isso é
necessário realizar um novo pleito.
De acordo com o Diretor do Departamento de Estudos Jurídicos
e Contencioso Eleitoral, José Roberto da Cunha Peixoto, os resultados
apresentados pela AGU até o momento na recuperação de gastos e do retrabalho da
União com a realização das eleições suplementares em decorrência de ilícitos
eleitorais são significativos. "Demonstram que a parceria estabelecida
pelo Acordo de Cooperação entre a AGU e o TSE tem sido bem sucedida em seus
objetivos originais: o ressarcimento do Erário e o caráter pedagógico para as
futuras eleições".
Levando em consideração as ações que estão sendo finalizadas
para serem propostas em breve, o estado de Minas Gerais tem a maior quantidade
de pedidos de ressarcimento. São 21 casos que buscam reaver aos cofres públicos
R$ 281.848,33. No entanto, com apenas seis ações, o Pará é o local em que os
advogados tentam obter o maior valor. Nesse estado, mais de meio milhão de
reais devem retornar aos cofres da União para suprir os gastos com novas
eleições.
Individualmente, o maior pedido de restituição é de uma
eleição realizada no município de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Os
ex-gestores terão que devolver mais de R$ 250 mil. Por outro lado, alguns
estados como Amapá e Roraima, por exemplo, não possuem nenhuma ação proposta ou
em estágio de finalização.
Acordos - Até o
momento foram realizados seis acordos. Dois deles, sem a necessidade de propor
ação judicial. Isso porque antes de ajuizar o pedido de ressarcimento, a Advocacia-Geral
envia uma proposta de conciliação ao devedor para que ele possa quitar a dívida
sem ter que enfrentar uma disputa judicial. Essa medida permite, ainda,
parcelamento dos valores. Outros quatro também foram feitos, mas, nestes casos,
durante o andamento da ação. A União conseguiu recuperar R$ 104.839,75.
Para que a AGU proceda a cobrança, é necessário que a
Justiça Eleitoral tenha expedido decisão definitiva condenando o ex-gestor por
crime eleitoral. O caso é encaminhado para que os advogados da União analisem a
possibilidade de solicitar restituição.
O DPP e o DEE são unidades da Procuradoria-Geral da União,
órgão da AGU.
Um comentário:
Doutor Ademir, se possível gostaria que você nos informasse sobre o processo da nova eleição na cidade de Palestina do Pará, como anda o processo e se já alguma definição sobre o assunto. Obrigado pela atenção dispensada!
Postar um comentário