A construtora mineira Andrade Gutierrez deu início, nesta
semana, às obras de terraplenagem e fundações do platô que vai abrigar a usina
de tratamento de minério de ferro desenhada para atender ao megaprojeto S11D da
Vale em Canaã dos Carajás, sudeste do Pará. Com orçamento de US$ 19,7 bilhões
(com base no câmbio de R$ 2 por dólar), o empreendimento é considerado o maior
em implantação na indústria mineral de ferro no mundo, contemplando a maior
mina em capacidade inicial de produção do planeta, planejada para 90 milhões de
toneladas por ano, diz reportagem de Marta Vieira, convidada especial da Vale.
As também mineiras Usiminas e Usiminas Mecânicas trabalham
nas obras já iniciadas de montagem eletromecânica fora dos limites da Floresta
Nacional de Carajás. Os valores dos contratos não foram divulgados. O primeiro
canteiro de obras emprega 5.200 pessoas de um contingente que deverá chegar a 9
mil pessoas em 2015, ano de pico da construção de início dos testes da
operação. A nova reserva inaugura a mineração na porção Sul da Serra de
Carajás, com uma estimativa de 10 bilhões de toneladas em reservas provadas e
recursos ainda a ser confirmados. O projeto contempla mina, plantas de
processamento, expansão da Ferrovia de Carajás e do porto de São Luís (MA).
Segundo a Bloomberg News, o projeto S11D, o maior da
história da Vale e da mineração, prevê a exploração de apenas uma parte das 45
formações de minério de ferro que compõem a cordilheira Serra Sul, em Carajás. Serra
Sul, que integra a Serra Nacional dos Carajás, tem potencial maior do que a
vizinha Serra Norte, onde já está localizada a maior mina de ferro do mundo.
"O S11 é o maior dos corpos de minério que
identificamos em Serra Sul. Vamos começar pela área que justifica o
investimento", afirmou o executivo responsável pelo projeto, Jamil Sebe,
explicando que a letra "D" representa uma área dentro do corpo 11 da
Serra Sul.
O corpo 11, como é chamada a formação de minério que dará
lugar a mina com capacidade de produção anual de 90 milhões de toneladas
--quase o que a Vale já produz em toda a Serra Norte--, possui 30 quilômetros
de extensão e uma reserva estimada em 10 bilhões de toneladas.
Para retirar tanto minério, serão necessários pelo menos 40
anos de exploração, segundo a companhia.
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