Pages

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Habitacionais abandonados. Ninguém respeita moradores



Até ano que vem, estima-se que a área de expansão urbana entre os bairros de São Félix do Tocantins e Morada Nova alcançará 70 mil habitantes. Lá já existem os núcleos Francolândia, Bairro Araguaia, os três São Félix, mais os habitacionais Tiradentes e Tocantins e, até ano que vem, o residencial Magalhães – os três últimos integrantes do programa federal “Minha casa, minha vida”.
O Tiradentes tem 1.410 casas, das quais 1.090 ocupadas por famílias carentes, que atendem ao requisito do programa. O Tocantins possui 1.090, todas habitadas.
Mas o que deveria ter sido para milhares de pessoas a solução da casa própria, mesmo com qualidades mínimas de conforto e segurança, é, na verdade, um infindável rosário de precariedades e contrariedades.
Por exemplo: 1. o sistema de abastecimento d’água do Tiradentes é saturada de ferrugem e imprópria para consumo; 2. as casas estão rachando no piso, embora tenham sido entregues entre dezembro de 2012 e junho de 2013; 3. péssima iluminação, dada a instabilidade do fornecimento de energia; disso resulta a perda de eletrodomésticos e outros bens caseiros que dependem de luz elétrica; 4. a rede de esgoto foi confeccionada com tubulação menor do que a devida, de modo que os canos estouram e enchem as ruas de dejetos; 5. a drenagem de água pluvial não existe, sendo que nas chuvas as casas chegam a ser inundadas por falta de evasão; 6. a escola (níveis fundamental e médio) nunca foram construídos embora existam mais de 2.500 alunos na idade da obrigatoriedade escolar, e pelo menos 2.000 no residencial Tocantins; 7. o Núcleo de Ensino Integrado (NEI) para crianças de 3 a 6 anos está funcionando dentro de um bloco na praça, em situação bastante precária: nem sequer possui estrutura para atender seus objetivos; 8. o posto de Saúde jamais foi construído, o que obriga a população a migrar para os postos existentes a até 15 km de distância dos conjuntos localizados à margem da rodovia BR-222.
Vale ressaltar, que inúmeras reuniões foram realizadas em conjunto com representantes da Prefeitura de Marabá - Secretário de Obras e Urbanização, entre outros – Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal e empreiteira HF, mas absolutamente nada avançou: cada uma dessas entidades limitou-se a empurrar para a outra a responsabilidade pela resolução dos problemas dos núcleos, enquanto as famílias continuam a sobreviver nas mais precárias condições de habitabilidade e insalubridade em seus núcleos residenciais.
Esta semana, moradores revoltados bloquearam a BR-222 para chamar a atenção das autoridades para seu dilema. Não adiantou. Apenas no mês de abril recente, 37 motocicletas foram roubadas do residencial Tiradentes (mais de uma por dia), sem contabilizar os assaltos a qualquer hora do dia mas, principalmente à noite, quando as pessoas que trabalham fora retornam a suas casas.

Hoje à noite, representantes desses bairros discutem no São Félix o encaminhamento de um pleito para a instalação de agências bancárias na área, porque são obrigados a dirigir-se até a Nova Marabá, do outro lado do rio Tocantins, para pagamento, saques e outros procedimentos. Segundo o advogado Haroldo Júnior, cujo escritório assessora essas comunidades desde o ano passado, também será proposta uma audiência pública ao deputado federal Arnaldo Jordy quanto a todos esses problemas, até aqui aparentemente insolúveis por falta de interesse dos órgãos públicos envolvidos neles.

4 comentários:

Osorio Pacheco disse...

O que o Jordy tem com isso, é mais fácil acionar o ministério público no lugar de trazer o Arnaldo Jordy para fazer política. Se acionarem o prefeito municipal será o canal mais promissor para a resolução definitiva dos problemas.

Ademir Braz disse...

Osório, respeito e publico sua opinião, Mas é de indagar-se porque o prefeito municipal jamais moveu uma palha para tentar solucionar o que quer que seja nos habitacionais ou nas invasões.

Anônimo disse...

Vale ressaltar que na ULTIMA reuniao, assim definida pelo advogado da Caixa, a mesma se colocou como intermediadora das negociações, a COSANPA foi o grande alvo de vido a dificuldade de receber a obra em padrao FIFA.
Da mesma forma o prefeito se demonstrou irritado com a manifestação dentro e dora dos residenciais culpando a prefeitura que tambem nao quer receber a obra a nao ser que o governo federal repasse dinheiro para construção de postos de saude e creches, ou seja a empresa construiu com custo baixissimo repassado atraves da Caixa e Fiscalizado por seus engenheiros de acordo com os projetos entregues e aprovados pela mesma.
O prefeito Joao Salame disse na ultima reuniao que nao é problema dele.
Agora as associações vão entrar no MPF e no MP, onde cabe cada ação de responsabilidade sejam da Caixa, HF e da Prefeitura.
É um descaso do poder publico municipal que nao quer "este abacaxi", como se lá não morasse seres humanos.
O que a Prefeitura e a Cosanpa estão querendo na verdade é receber a obra padrao FIFA;
E nós que estamos na cidade? A agua não é padrao FIFA, a drenagem e pavimentação tambem nao. Nem mesmo da duplicaçao onde seu secretario de obras, ex CMT, esteve a frente durante este serviço é um caos quando chove. Pontos de alagamentos e asfalto em desconformidade.
São muitos os problemas e muitos os empurroes politicos e tecnicos.
O jeito para esta corja é MP e MPF.

Anônimo disse...

A respeito da publicação que fizeram da escola Judith , enquanto os pais não se conscientizarem que a educação vem de casa vai ficar pior do ja estar , os alunos que a policia levou os pais de todos foram chamados porem so apareceram quando a policia levou.Pois os mesmos são alunos do turno da noite e vam para turno do dia uniformizados atrapalhar o trabalho dos professores do dia.