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quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Cientista denuncia Vale

Lideranças camponesas e agricultores do sul do Pará denunciaram esta semana que a Vale vem adquirindo ilegalmente lotes de terras de assentamentos do Incra na região de abrangência do Projeto Onça Puma, de exploração de níquel, nos municípios de Ourilândia do Norte e Tucumã. “A empresa vem "persuadindo" agricultores a venderem seus lotes. Situação completamente ilegal. Há uma pressão para que o Incra desafete áreas destinadas à reforma agrária para que as mesmas passem a categoria de "terras para mineração". Se a questão não ganhar publicidade, tenho dúvidas que o Incra resista às pressões”, diz a cientista e pesquisadora Ângela Cordeiro em correspondência a João Pedro Stédile, liderança nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Ângela Cordeiro passou duas semanas de trabalho de campo no Pará, na região da Terra do Meio e imediações, e diz ter ouvido a denúncia dos camponeses. “As organizações locais estão fragilizadas, sem recursos e sem gente. Como a questão é muito delicada, as pessoas não podem ser expostas. Como você bem sabe, todo mundo corre risco de morte por ali”, diz a cientista. De sua parte, João Pedro Stédile repassou a informação às lideranças do MST no sul do Estado para dar visibilidade ao que vem ocorrendo. De certa forma, caso seja verdadeira a denúncia, a Vale parece repetir a mesma tática usada no entorno da Serra de Carajás, a maior mina de ferro do mundo, na região de Parauapebas, quando ela comprou dezenas de lotes de colonos residentes no entorno do garimpo de Serra Pelada, no início desta década.

4 comentários:

Anônimo disse...

Em nome do lucro gerado pela exportação do minério, essa mineradora atropela as leis e age como se fosse um estado paralelo. Mas, não há voz que se coloque contra isso. Os próprios empresários, temem perder vendas, contratos. E os políticos se calam diante do poder de fogo da Vale . A sensação é de impotencia.

Ademir Braz disse...

Na verdade, caro anônimo, devagar e sempre a Vale vem chamando para sí responsabilidades extras. Suspendeu o fornecimento de minério de ferro às guseiras da área de influência da sua ferrovia, a pretexto de que descumprem a legislação ambiental e trabalhista e, com isso, faz da Sectam e da Justiça do Trabalho. Agora, vai fiscalizar desmatamento e queimada no Estado, obrigação do Ibama.
Daqui a pouco começa a legislar e nos dispensa da Assembléia Legislativa e assume de vez a administração do Pará.
O diabo é que ninguém vai lamentar por isso...

Alda Inácio disse...

É sempre assim meu amigo, os fortes engolem os mais fracos e vão alargando suas possas, enquanto que o pobre coitado que tem um pedacinho de terra não pode nem plantar por falta de dinheiro.
Venho desejar-te um Feliz Natal e dizer que teu Blog dùa muitas visitas ao meu. Muito obrigada. Alda Inacio

Ademir Braz disse...

Oi, bela belga!
Como foi o Natal por aí?
Por aqui, o velho lugar comum: pelo IML passaram, entre a sexta-feira a noite e a manhã de 26 de dezembro, 18 corpos. Todos vítimas de morte violenta.
Pelo visto, o espírito natalino deu lugar ao espírito de porco.