Pages

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Terras do Bradesco

Não são só fazendeiros e integrantes de movimentos como o MST que estão envolvidos em conflitos de terra no Sudeste do Pará, diz reportagem do alor Econômico desta segunda-feira (27/09).  No município de Tucuruí, distante três horas de Marabá, o Banco Bradesco tenta fechar um acordo com um grupo de moradores urbanos que ocupou uma parte da Fazenda São Sebastião, de propriedade da instituição.  O Bradesco ingressou na Vara Agrária de Marabá com uma ação de reintegração de posse.  A juíza Cláudia Regina Moreira Favacho Moura tenta solucionar a disputa por meio de uma conciliação.

A Fazenda São Sebastião foi arrematada em um leilão pelo banco em 2008.  Até março de 2009, a área era ocupada por uma imobiliária.  Dias após a saída da empresa, a propriedade foi invadida.  Hoje, há 450 famílias no local.  Uma solução para o problema, segunda a juíza Cláudia Moura, seria a venda de lotes para os moradores.  De acordo com a proposta, a Justiça fixaria o valor dos lotes, em três faixas distintas, conforme a localização do imóvel, que poderia ser pago em prestações mensais.  "Se eu deixar para o banco fixar um valor, ficará muito caro.  Se eu deixar para as famílias, o preço será muito baixo", diz a juíza, ao lembrar que um acordo será benéfico para os dois lados.  A magistrada diz que recentemente fechou um acordo nos mesmos moldes com uma empresa e moradores do município de Eldorado dos Carajás.
Os valores ainda não foram propostos pelo Judiciário, o que será feito a partir de visitas no local com peritos do Incra.  Por enquanto, as negociações são prematuras e longe de uma solução.  "Não podemos fazer a cobrança individualizada, até porque o banco não tem serviço de corretagem.  Vamos ouvir a proposta, mas a situação é muito difícil", diz Carlos Rodrigues Vieira, gerente do Bradesco da agência de Tucuruí.  "Ninguém sabia que o lote era do Bradesco", afirma Jaírson Barrata de Neves, representante da associação de moradores que ocupou o local.  De acordo com ele, todas as famílias que vivem lá são de baixa renda.

Nenhum comentário: