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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fechar escolas é crime!

Manifesto publicado nesta segunda-feira no blog do Fórum Regional de Educação do Campodo Sul e Sudeste do Pará - FREC: 


Mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas nos últimos oito anos. A Educação é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal (Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais, Capítulo III, seção I) - direito de todos e dever do Estado. Entretanto, nos últimos anos, milhares de crianças e adolescentes, filhos e filhas de camponeses, estão sendo privados deste direito.

Nos últimos oito anos, mais de 24 mil escolas do campo foram fechadas. Os dados do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação, apontam que, no meio rural, existiam 107.432 escolas em 2002. Já em 2009, o número de estabelecimentos de ensino reduziu para 83.036.
Para essas famílias camponesas, o anúncio do fechamento de uma escola na sua comunidade ou nas redondezas significa relegar seus filhos ao transporte escolar precarizado, às longas viagens diárias de ida e volta, saindo de madrugada e chegando no meio da tarde; à perda da convivência familiar, ao abandono da cultura do trabalho do campo e a tantos outros problemas.
O resultado comum desse processo é o abandono da escola, por grande parte daqueles levados do campo para estudar na cidade. É por essa razão que os níveis de escolaridade persistem muito baixos no campo brasileiro, em que pese tenha-se investido esforços e recursos para a universalização da educação básica.
Portanto, fechar uma escola do campo significa privar milhares de jovens de seu direito à escolarização, à formação como cidadãos e ao ensino que contemple e se dê em sua realidade e como parte de sua cultura. Num país de milhares de analfabetos, impedir por motivos econômicos ou administrativos o acesso dos jovens à escola é, sim, um crime!
A situação seria ainda mais grave não fosse a luta dos movimentos sociais do campo, por políticas de ampliação, recuperação, investimentos, formação de educadores e construção de escolas no campo. Importantes para reduzir a marcha do descaso dos gestores públicos para com os sujeitos do campo, mas insuficiente para garantir a universalização do acesso à educação no campo.
Denunciamos essa trágica realidade e conclamamos aos gestores públicos municipais, estaduais e federais que suspendam essa política excludente, revertendo o fechamento de escolas e ampliando o acesso à educação do campo e no campo. Conclamamos também a sociedade brasileira para que se manifeste em defesa do direito humano à educação, em defesa dos direitos das crianças, adolescentes e jovens do campo frequentarem a educação básica, no campo.
Defender as escolas do campo é uma obrigação, fechar esc olas é um crime contra as futuras gerações e a própria sociedade!
Assinam
Marilena Chauí - Professora de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP)
Dermeval Saviani- Doutor em Filosofia da Educação – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP),
Gaudêncio Frigotto, Professor Titular aposentado da Universidade Federal Fluminense (UFF) mestre e doutor em Educação
Roberto Leher - Professor da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Celi Zulke Taffarel - Doutora em Educação – Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Sergio Lessa, professor do Departamento de Filosofia da Universidade
Federal de Alagoas Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Elza Margarida de Mendonça Peixoto - Doutora em Educação - Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Attíco Chassot- Doutor em Educação, professor e pesquisador do Centro Universitário Metodista do IPA.
Gelsa Knijnik- Doutora em Educação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
Luiz Carlos de Freitas- é professor da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Cláudio Eduardo Félix dos Santos – Doutorando em Educação - Professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Mauro Titton - Professor do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Daniel Cara - Cientista Político - Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Entidades
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE)- Presidente Roberto Franklin de Leão
Ação Educativa - Sergio Haddad, economista, doutor em educação, coordenador geral ActionAid
Centro de Cultura Luiz Freire – (CCLF)
Latinoamericana da educação - Campaña Latinoamericana por el Derecho a la Educación – (CLADE) - Coordenadora Camilla Crosso
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (CEDECA- CE) -–Coordenadora Margarida Marques
E-Changer Brasil – Solidariedade, construção coletiva, intercambio entre os povos – Coordenação - Djalma Costa

5 comentários:

Anônimo disse...

Aqui em maraba aconteceu um crime,foi desativadda a unicca escola em regime familia agricola da região.
As prefeituras em conjunto mantinham um acordo e financiavam conjuntamente a escola.
E sabe porque os movimentos ficaram caladinhos?
porqque tinham intersses no terreno e na negociação do mesmo.
Agora se fosse umma ação que viesse de outro seguimento concerteza nos teriamos alguma reação , denuncias etc e tal...

E como a minha mãe dizia "oque move os movimentos sociais são os interesses dos grupos que estão a frente do processo no momento.."
E normalmentre são interesses particulares.

Anônimo disse...

Muito bem lembrado, cade a escola agricola de maraba?
Quem autorizou o seu fechamento?
quem ganhou com este ato?
Aquela area era de quem?
So sei que os jovens do campo ficaram sem um espaço maravilhoso de formação direcionado as ações do campo, com curriculo proprio.
Isto sim é crime.
Ademir procure saber que destino deram ao terreno que era da escola.

Anônimo disse...

No governo tião ele recebeu juntamente com várias cidades do Brasil, verba para construir uma escola técnica. Lembro que o ex-prefeito removeu aquele sem-teto que estavam atrás do ginásio da 16 alegando que o terreno ali seria construido a tal escola. Ele começou sim, colocou uma placa anunciando que ali seria a futura escola. Depois da placa a obra ficou paralisada, vindo a ser reiniciada na eleição de 2008, quandoe ele no afã de eleger seu candidato mandou levantar as paredes e as chapiscarem. como seu candidato nao foi eleito, a obra parou novamente. nao sei o que se deu depois, pois não passo ali em frente faz um bom tempo. alguém poderia dizer oq houve com aquele terreno ao lado do gaspar viana e nos fundos do ginásio onde se começou a tal da escola técnica?

Anônimo disse...

Anonimo das 19:44
a area da folha 16 foi disponibilizada para a escola de produção financiado pelo estado. O convenio foi assinado no final do primeiro governo do jatene, que ficou so na intenção.
No inicio do governo da ana julia o municipio procurou a governadora e esta não teve interesse em assumir o convenio.
Então o prefeito Tião começou a construção da escola anastacio de queiroz, que tambem teria um mini ginasio para atender os alunos.
So que o prefeito maurino para fazer media com tribunal de justiça do Para ,dou o terreno da escola para os magistrados.E a escola ficou sem uma quadra para esporte e atividades recreativas.
E esta a historia do terreno da 16 e da escola de produção.

Anônimo disse...

As paredes deixada pelo Tião virou a escola João Anastácio de Queiroz que funcionava num mosoléu lá na folha 27. Agora parte do terreno foi doada, se não estou enganado para o TRE-PA.

Inclusive foi alvo de denúncias do sindicato e do próprio Ademir Braz, na época. Não sei no que deu.