Ferramentas do
Coletivismo
Por Arlindo Montenegro (www.alertatotal.net)
No final de 1960, Aldous Huxley (“Admirável Mundo Novo”)
dirigiu um seminário em Harvard, sob o tema: “A religião e seu significado na era moderna”. Entre os
organizadores estavam Timothy Leary, Richard Alpert e. da California, Alan Watts. Nos bastidores foram
traçadas as linhas mestras da contracultura que mudaria a face da juventude
norte-americana e seria exportada para o mundo.
Na ocasião Huxley relacionou-se com o Presidente dos
Laboratórios Sandoz, contratado da CIA para produzir alucinógenos sintéticos -
LSD e Psilocibina – destinados às experiências da guerra química conhecida como
Operação MK-Ultra. Segundo os documentos abertos ao conhecimento público, Allen
Dulles, que dirigia a CIA, adquiriu mais de 100 milhões de doses de LSD e
grande parte inundou as ruas dos EUA. Na mesma época, Timothy Leary também
adquiriu grandes partidas de LSD dos Laboratórios Sandoz.
Após a realização do seminário, Huxley que dirigia o Hospital de Veteranos de Palo Alto, reuniu um grupo de “iniciados no culto
psicodélico de Isis”, tendo como um dos principais recrutas Ken Kesey (que
havia recebido a primeira dose de LSD, fornecida por Gregory Bateson, em 1959)
e publicado uma novela (One Flew Over the Cuckoo’s Nest) em que a sociedade é
vista como uma prisão e os únicos realmente “livres” são os loucos. Kesey
reuniu os usuários de LSD e percorreu o país com o apoio de uma grande campanha
de propaganda da contracultura, distribuindo e montando redes de abastecimento
de LSD e maconha.
Em Santa Mônica, na Califórnia, a Rand Corporation,
realizava um estudo experimental denominado “Efeitos do LSD sobre a ansiedade,
a atitude e o desempenho a curto prazo”, utilizando cobaias humanas durante um
ano. A conclusão surpreendente, firmada W.H. McGlothlin, afirmava que o LSD
“melhora as atitudes emocionais e resolve os problemas de ansiedade.”
Na sequência, Huxley recrutou pessoas dos grupos de estudos
de ocultismo que havia ajudado a fundar. Destacava-se um casal, relacionado com
as pesquisas do Instituto Tavistock: Gregory Bateson e Margaret Mead. Bateson
também atuou na direção da clínica de Palo Alto e sob sua influência foram
programados os primeiros ativistas da seita aficionada ao LSD: os hippies.
Nos EUA, as ideias da contracultura impulsionaram o
movimento contra a guerra do Vietnam, abrindo as portas das Universidades para
a enxurrada de LSD, haxixe e maconha. No Brasil impulsionaram greves estudantis
e a insatisfação de muitos jovens deprimidos, que passaram a apoiar ou se
envolveram diretamente com atividades da militância guerrilheira. LSD e maconha
já eram conhecidos e utilizados em importantes centros de estudos.
Em 1979, em Londres realizou-se a conferência sobre a
“Dialética da Libertação” sob a presidência do Doutor R.D.Laing, psiquiatra do
Instituto Tavistock e autor de diversos artigos populares em defesa do uso de
drogas. Muitos dos participantes, como os delegados dos EUA Stokely
Carmichael (que foi recebido em Cuba por
Fidel Castro naquele ano) e Angela Davis, destacaram-se como revolucionários de
esquerda.
Em San Francisco, Alan Watts organizou a Fundação Pacífica,
patrocinando duas emissoras de rádio – a WKBW em São Francisco e a WBAI-FM em Nova Iorque. A
programação importada da Inglaterra espalhava o estridente som do rock (Rolling
Stones, Beatles e Animals). A
contracultura musical do “rock ácido” e o “punk rock”, ocupava o tempo de
transmissão em “paradas de sucesso”.
Em 1963, os Beatles visitaram os EUA. Os discos e “paradas
de sucesso” chegaram ao Brasil alguns anos depois, sem sabermos que Theodoro
Adorno, (um dos professores destacados da Escola de Investigação Social de
Frankfurt, fundada pela Sociedade Fabiana Britânica, também ligado ao Instituto
Tavistock), havia elaborado a teoria social do rock. Adorno esteve nos EUA em
1939 na direção de um projeto de Investigação Radiofônica da Universidade de
Princeton.
Em seu livro
Introdução à Sociologia da Música, revela que o objetivo do projeto de
Princeton era programar uma cultura musical de massas que pudesse degradar
paulatinamente seus consumidores. No informe preparado para o Instituto Social
da Universidade de Michigan, Paul Hirsch descreve os resultados da
investigação, revelando que a invenção da “parada de sucessos” no pós-guerra,
“transformou o rádio em agência de programação subcultural”. E que toda a
cultura popular –filmes, música, livros e a moda – sofrem a mesma pré-seleção
concluindo que a cultura de massas funciona como o tráfico de ópio: a oferta
determina a demanda.
Ferramenta excelente
para incutir o coletivismo globalizante. Será que os programadores das nossas
“paradas de sucesso” sabem o que estão fazendo? A boa música brasileira ainda
existe, mas está sufocada pelas cópias e imitações que favorecem o coletivismo
em voga.
Arlindo Montenegro é Apicultor.
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