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terça-feira, 30 de abril de 2013

Da contracultura hippie à tecno-melody, breganejo e Gaby Amarantos


Ferramentas do Coletivismo
Por Arlindo Montenegro (www.alertatotal.net)

No final de 1960, Aldous Huxley (“Admirável Mundo Novo”) dirigiu um seminário em Harvard, sob o tema: “A religião e seu significado na era moderna”. Entre os organizadores estavam Timothy Leary, Richard Alpert e. da  California, Alan Watts. Nos bastidores foram traçadas as linhas mestras da contracultura que mudaria a face da juventude norte-americana e seria exportada para o mundo.
Na ocasião Huxley relacionou-se com o Presidente dos Laboratórios Sandoz, contratado da CIA para produzir alucinógenos sintéticos - LSD e Psilocibina – destinados às experiências da guerra química conhecida como Operação MK-Ultra. Segundo os documentos abertos ao conhecimento público, Allen Dulles, que dirigia a CIA, adquiriu mais de 100 milhões de doses de LSD e grande parte inundou as ruas dos EUA. Na mesma época, Timothy Leary também adquiriu grandes partidas de LSD dos Laboratórios Sandoz.
Após a realização do seminário, Huxley que dirigia  o Hospital de Veteranos de Palo Alto,  reuniu um grupo de “iniciados no culto psicodélico de Isis”, tendo como um dos principais recrutas Ken Kesey (que havia recebido a primeira dose de LSD, fornecida por Gregory Bateson, em 1959) e publicado uma novela (One Flew Over the Cuckoo’s Nest) em que a sociedade é vista como uma prisão e os únicos realmente “livres” são os loucos. Kesey reuniu os usuários de LSD e percorreu o país com o apoio de uma grande campanha de propaganda da contracultura, distribuindo e montando redes de abastecimento de LSD e maconha.
Em Santa Mônica, na Califórnia, a Rand Corporation, realizava um estudo experimental denominado “Efeitos do LSD sobre a ansiedade, a atitude e o desempenho a curto prazo”, utilizando cobaias humanas durante um ano. A conclusão surpreendente, firmada W.H. McGlothlin, afirmava que o LSD “melhora as atitudes emocionais e resolve os problemas de ansiedade.”
Na sequência, Huxley recrutou pessoas dos grupos de estudos de ocultismo que havia ajudado a fundar. Destacava-se um casal, relacionado com as pesquisas do Instituto Tavistock: Gregory Bateson e Margaret Mead. Bateson também atuou na direção da clínica de Palo Alto e sob sua influência foram programados os primeiros ativistas da seita aficionada ao LSD: os hippies.
Nos EUA, as ideias da contracultura impulsionaram o movimento contra a guerra do Vietnam, abrindo as portas das Universidades para a enxurrada de LSD, haxixe e maconha. No Brasil impulsionaram greves estudantis e a insatisfação de muitos jovens deprimidos, que passaram a apoiar ou se envolveram diretamente com atividades da militância guerrilheira. LSD e maconha já eram conhecidos e utilizados em importantes centros de estudos.
Em 1979, em Londres realizou-se a conferência sobre a “Dialética da Libertação” sob a presidência do Doutor R.D.Laing, psiquiatra do Instituto Tavistock e autor de diversos artigos populares em defesa do uso de drogas. Muitos dos participantes, como os delegados dos EUA Stokely Carmichael  (que foi recebido em Cuba por Fidel Castro naquele ano) e Angela Davis, destacaram-se como revolucionários de esquerda.
Em San Francisco, Alan Watts organizou a Fundação Pacífica, patrocinando duas emissoras de rádio – a WKBW em  São Francisco e a WBAI-FM em Nova Iorque. A programação importada da Inglaterra espalhava o estridente som do rock (Rolling Stones, Beatles e  Animals). A contracultura musical do “rock ácido” e o “punk rock”, ocupava o tempo de transmissão em “paradas de sucesso”.
Em 1963, os Beatles visitaram os EUA. Os discos e “paradas de sucesso” chegaram ao Brasil alguns anos depois, sem sabermos que Theodoro Adorno, (um dos professores destacados da Escola de Investigação Social de Frankfurt, fundada pela Sociedade Fabiana Britânica, também ligado ao Instituto Tavistock), havia elaborado a teoria social do rock. Adorno esteve nos EUA em 1939 na direção de um projeto de Investigação Radiofônica da Universidade de Princeton.
Em seu livro Introdução à Sociologia da Música, revela que o objetivo do projeto de Princeton era programar uma cultura musical de massas que pudesse degradar paulatinamente seus consumidores. No informe preparado para o Instituto Social da Universidade de Michigan, Paul Hirsch descreve os resultados da investigação, revelando que a invenção da “parada de sucessos” no pós-guerra, “transformou o rádio em agência de programação subcultural”. E que toda a cultura popular –filmes, música, livros e a moda – sofrem a mesma pré-seleção concluindo que a cultura de massas funciona como o tráfico de ópio: a oferta determina a demanda.
Ferramenta excelente para incutir o coletivismo globalizante. Será que os programadores das nossas “paradas de sucesso” sabem o que estão fazendo? A boa música brasileira ainda existe, mas está sufocada pelas cópias e imitações que favorecem o coletivismo em voga.

Arlindo Montenegro é Apicultor.

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