Por Reuters
Por Sabrina Lorenzi
RIO DE JANEIRO, 11 Abr (Reuters) - As decisões do Supremo
Tribunal Federal (STF) sobre a tributação de lucros de empresas no exterior na
quarta-feira são bem menos impactantes para a Vale do que esperavam
especialistas do mercado, que aguardavam um desfecho mais significativo para o
contencioso de 30,5 bilhões de reais com a União.
Deste montante cobrado pelo governo brasileiro, apenas cerca
de 1 bilhão de reais deverá ser subtraído do potencial passivo, de acordo com
definição dos ministros sobre retroatividade da cobrança de impostos. o STF
decidiu que a cobrança anterior à lei de 2001 é ilegal.
Das quatro autuações da Receita Federal que resultam no
gigantesco imbróglio, uma delas refere-se a um período anterior a este, no
valor de 1,004 bilhão de reais incluindo juros e multa, mostra o mais recente
relatório anual da mineradora à Security Exchange Comission (SEC), o órgão
regulador de mercados dos EUA.
Todo o restante, ou cerca de 29 bilhões de reais, refere-se
a cobranças posteriores à lei.
Com a pendência, as ações da Vale fecharam em queda de 1,4
por cento nesta quinta-feira, após uma queda superior a 3 por cento na véspera,
em meio a divergentes interpretações sobre os efeitos das decisões do STF.
"O mercado tinha expectativa de que isso (a lei) cairia
... mas vai continuar por mais tempo", afirmou à Reuters o analista
Marcelo Aguiar, do Goldman Sachs.
Segundo ele, o empate dos votos dos ministros sobre a
questão da tributação de controladas no exterior fora de paraísos fiscais --sem
decisão, portanto-- foi o ponto negativo dos julgamentos.
"Acreditamos que o momento sobre quando e como a
tributação deveria ser aplicada em países com tratados fiscais continua
extremamente incerta e, consequentemente, a pressão nas ações da Vale deve
persistir", reiterou o Deustche Bank em relatório distribuído a clientes
nesta quinta-feira.
O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou decisões que não
encerram a discussão jurídica sobre a cobrança de bilhões de reais em impostos
de controladas e coligadas de empresas brasileiras no exterior, levando o tema
parcialmente de volta a instâncias inferiores.
"Não ter definição no curto prazo é o principal fator
negativo", reiterou o Bank of America Merril Lynch em relatório
distribuído a clientes.
Em julgamento, o STF determinou que a cobrança de impostos
sobre coligadas de companhias brasileiras fora de paraísos fiscais é
inconstitucional. Ao mesmo tempo, decidiu que a cobrança de tributos de
controladas de companhias brasileiras em paraísos fiscais é válida.
A Vale não estaria incluída nestes casos, segundo informou
na quarta-feira um representante da empresa.
Mas o Citi afirma que a decisão do STF de considerar válida
a tributação atual para coligadas em paraísos fiscais terá impacto sobre a
companhia, ainda que pequeno -- "difícil de estimar, mas provavelmente de
0,5 bilhão de dólares".
A decisão sobre a retroatividade foi comemorada pela
companhia. "Foi uma grande vitória para nós já termos essa
irretroatividade respeitada e a manutenção da nossa liminar que nos permite não
fazer qualquer desembolso até que seja julgado o caso", disse o consultor
jurídico da empresa, Clóvis Torres.
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