A informação de que advogados do coronel PM Mário Colares
Pantoja estariam tentando alcançar-lhe o privilégio da prisão domiciliar por
estar “muito doente e precisa envelhecer com dignidade”, gerou protestos de
todos os lados. Pantoja foi condenado a 280 anos de prisão pelo assassinato de
19 trabalhadores rurais sem terra em Eldorado do Carajás em 17 de abril de
1996.
Organizações como Movimento dos Atingidos por Barragens,
Cepasp, CPT Regional Norte II, FREC LPEC/UFPA, Faculdade de Ciências Sociais
Araguaia Tocantins, MST e IFPA Campus Rural de Marabá, dentre outros, reunidos
recentemente em Marabá por conta do julgamento dos assassinos do casal de
extrativistas Maria do Espírito Santo e José Claudio, divulgaram manifesto em
que consideram “vergonhoso que às vésperas de o massacre de Eldorado do Carajás
completar 17 anos ainda haja esse grau de impunidade. Um dos únicos condenados
pleitear prisão domiciliar. Não concordamos com essa manobra”.
“Da condenação pelo tribunal do Júri, em maio de 2002, o réu
só foi cumprir pena no Centro de Recuperação Anastácio das Neves – Crecran, em
Vila de Americano (Santa Izabel do Pará), em 07 de maio de 2012, 10 anos após
ter sido condenado”, alegam as entidades.
“Até hoje, acrescentam, o massacre de Eldorado do Carajás
continua impune, as viúvas sem serem reparadas, os que ficaram com sequelas
todos com idade entre 50 e 65 anos sem tratamento adequando, e os seus
mandantes e soldados sem nenhuma condenação exemplar”.
E concluem: “Entendemos que é papel do Estado e do Judiciário resguardar a sociedade de conviver com um
assassino de tamanha crueldade, assim como mantê-lo sobre as mesmas condições
porque passam todos os outros detentos do sistema prisional paraense”.
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