A obra foi produzida a partir dos depoimentos de
representantes de famílias que constituíram a cidade
A Vale lança nesta
quinta-feira-feira, 4, o livro "Marabá, ontem e hoje", uma homenagem
pelos cem anos do município. A obra é um resgate à história coletiva da cidade,
contada a partir de relatos dos familiares dos primeiros habitantes nascidos em
Marabá ou que escolheram o a região para fixar moradia. A publicação é também
um compromisso social da Vale pela instalação do projeto Aços Laminados do Pará
(Alpa). O lançamento será realizado às 19 horas, desta quinta-feira, na sede da
Fundação da Casa da Cultura (FCCM), parceira da iniciativa. O evento contará
com a presença de representantes institucionais, autoridades e demais
convidados.
O livro "Marabá, ontem e
hoje" nasceu do projeto homônimo, que durou um ano, envolvendo as etapas
de pesquisa, entrevista e seleção de material. Para execução do trabalho, a
Vale contratou os serviços de uma empresa de consultoria. A Fundação Casa da
Cultura de Marabá, parceira do projeto, foi responsável pela orientação do tema
e roteiro das entrevistas, junto com o Museu da Pessoa, que por sua vez,
ministrou as oficinas de formação de pesquisadores aos bolsistas selecionados.
Durante dez meses, o grupo de
entrevistadores reuniu 120 horas de depoimentos, que somaram 2040 páginas
transcritas. O produto final foi o livro
com 224 páginas sobre a cidade, sua gente, sua economia, seus fatos
marcantes e traços da sua cultura.
As memórias relatadas pelos
entrevistados foram divididas em duas fases. De 1910 a 1950, conta a história
de Marabá da primeira metade do século XX, envolvendo a formação da cidade, a
atividade garimpeira, a economia da castanha e o comércio, a usina de força e
luz, os arraiais, os cordões, as lendas e os "causos" de assombração,
entre outros. De 1960 em diante, o livro
narra o fim do ciclo da castanha, a chegada da pecuária, a Guerrilha do
Araguaia, Serra Pelada e os garimpos de diamante, a grande enchente de 1980, a
energia firme e a expansão da cidade para outros núcleos urbanos.
Noé Von Atzingen, presidente
da Fundação Casa da Cultura de Marabá, no prólogo do livro, conta a primeira
impressão que teve sobre o projeto. "(...) fiquei ao mesmo tempo surpreso
e preocupado. Como fazer um livro assim? Teria a mesma consistência, valor
histórico e seria também interessante? (...) Quando ficou finalmente pronto,
foi para mim uma grande surpresa, pois este formato de livro torna a história
mais viva, vibrante e essencialmente mais humana. Noé é autor do
"Vocabulário Regional de Marabá" e foi agraciado, em 1980, com o
título "Cidadão Marabaense".
Amintas Freitas, um
marabaense de 102 anos, está entre os personagens ouvidos no projeto. Entre
outros assuntos, ele fala sobre o ciclo da castanha e sobre o garimpo no rio
Tocantins. Seu Amintas testemunhou a
chegada da primeira bicicleta em Marabá nos idos de 1914. Já o comerciante
Benedito Barbosa Macias, que reconta a história de seu pai Lourival Macias,
fala sobre as enchentes, a expansão da cidade, motivada pela descoberta do
garimpo de Serra Pelada.
O diretor-presidente do
projeto Aços Laminados do Pará (Alpa), João Coral, destaca a importância dos
relatos que constituem a obra. "Os depoimentos aqui registrados são
valiosíssimos. Merecem ser lidos pelos mais jovens para que conheçam suas
origens e dela retirem orgulho e aprendizado; e pelos mais velhos para que não
permitam que seus valores se percam no tempo, perpetuando traços importantes de
sua rica cultura", destaca.
A tiragem do "Marabá,
ontem e hoje" é de 3 mil exemplares. Os livros serão doados a instituições
municipais e estaduais, bibliotecas públicas e escolares da cidade para que
possam ser consultados pela população em geral.
Serviço:
Lançamento do livro "Marabá,
ontem e hoje"
Data/Hora: quinta-feira, 4 de
abril, às 19h
Local: Fundação Casa da
Cultura de Marabá - Folha 31, Quadra Especial, Lote 1- Nova Marabá
3 comentários:
Da balsa, à Arca de Noé em Marabá.
Caro Ademir,
Espero que, de fato, o livro seja fiel ao propósito. Estou certo que você sabe muito, principalmente acerca da primeira fase.
O Canto Verde foi o local escolhido por muitos pioneiros quando chegaram à Marabá. Entre tantos podemos destacar: Família Valente, Vergolino, Arabel, Barradas, Tertuliano (meu pai), Salomi, João Sinésio, Leobaldo, entre outros.
sds. marabaenses.
João Dias
Caro João Dias:
Estou entre os entrevistados para o livro, cuja edição foi feita pela Temple Publicidade, da marabaense Miretes Rocha, filha do Frederico Morbach.
Também fiz um texto para a abertura da obra, naturalmente lembrando nossa gente.
Quem pouco lembrou da nossa gente, parece, foi a prefeitura, ao premiar uns poucos com uma distinção havida hoje na Câmara.
OImagine que até hoje não foi divulgada a relação dos homenageados.
É assim que roda a história por aqui...
Caro Dr. Ademir,
Sds. marabaenses!
Conheci a família Morbach, inclusive, o seu Augusto Morbach, na minha fase de adolescente.
Minhas considerações e estima à minha conterrânea Miretes Rocha. Estou certo que o livro está em boas mãos e nos brindará com fantásticos fatos históricos dos nossos antepassados.
Fico, de igual modo, orgulhoso de saber que você é um dos entrevistados e, faz o texto, abrindo o portal de entrada do livro. Não podia ser melhor.
Estou curioso, nos e dos fatos, que você nos abordará, com a brilhante de sempre imortalidade.
sds. marabaenses.
João dias.
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