O corpo do senador Romeu Tuma (PTB-SP), morto em 26/10, ainda estava sendo velado quando vieram à tona denúncias pelas quais “ele passa para a história como mais um torturador da ditadura civil-militar (1964-1985) que ficou impune no Brasil"
Suzana é viúva de Luiz Eurico Tejera Lisboa. Preso em 1972, ele constou na lista de desaparecidos até 1979, quando seu corpo foi encontrado no cemitério de Perus , em São Paulo, sob o nome falso de Nelson Bueno.
A partir de 1969, Romeu Tuma começou a trabalhar com o delegado Sérgio Paranhos Fleury – considerado um dos maiores torturadores do regime civil-militar – no Serviço de Inteligência do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Dops), que passou a dirigir em 1975. Apesar do cargo que ocupou, Tuma afirmava desconhecer a existência de práticas de tortura na unidade . Da mesma forma , garantia ignorar detalhes sobre desaparecimentos e assassinatos .
A “inocência ” de Tuma, no entanto , é rebatida por ex-presos políticos , que recordam bem de sua atuação enquanto diretor do Dops. O integrante do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo, Ivan Seixas, lembra que a sala ocupada por Tuma no prédio do Dops se localizava um andar acima de onde ocorriam os interrogatórios e as torturas . “Não tinha isolamento acústico . Nós [presos ] ouvíamos as torturas durante noite e dia ”.
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