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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Palmeiras imperiais estão ameaçadas

Ambientalistas da região estão preocupados com a situação caótica de palmeiras imperiais quemais de dez anos embelezam e ajudam a purificar o ar da área urbana da BR-230, em Marabá, a principal via que corta a cidade.  "O que se hoje pelas ruas são espécies raras e ‘caras’ morrendo sem que nada seja feito para conter o problema", afirma César Peres, coordenador do Movimento Educacional de Preservação da Amazônia (Mepa), que procurou a Secretaria de Meio Ambiente de Marabá e informou a situação.  Na ocasião, os técnicos da secretaria disseram apenas que sabiam do problema, mas que nada podiam fazer.
Posteriormente, a coordenação da ONG procurou o núcleo de agronomia da Universidade Federal do Pará (UFPA), Campus de Marabá, onde o coordenador Walter Júnior revelou que a mortandade é resultado de uma doença chamada "Anel vermelho", causada por um nematóide denominado Rhadinaphelenchus cocophilus, um verme microscópico que afeta diversas espécies de palmeiras, causando a doença, que é letal para esta família botânica.
Segundo o professor Walter Júnior, não existe tratamento eficaz ou recomendado para recuperar as árvores infectadas.  A infecção pode ocorrer naturalmente através do contato das raízes das plantas com o solo contaminado com o nematóide, mas a forma mais comum de disseminação da doença é através de um inseto vetor, conhecido vulgarmente como "broca das palmáceas".
De acordo com o estudioso, as medidas de controle desta doença se baseiam no controle deste inseto.  "Vale salientar que as arvores implantadas nesta área que apresentam sintomas da doença devem ser eliminadas, pois servem de fonte de inoculo, isto é, o vetor vai se contaminar com o nematóide e passará a doença para árvores sadias", avisa Walter.
Ainda segundo o estudioso, o controle do inseto vetor nesta área é muito difícil, pois algumas palmeiras, como o babaçuzeiro e o açaizaeiro, presentes em grande número nas áreas ao redor, são hospedeiras do besouro vetor da doença, o que dificulta o controle do mesmo e a ocorrência frequente deste inseto no local.
Como medida para reparo paisagístico da área, o professor recomenda o plantio de novas espécies, como mogno e ipês, uma vez que a substituição das palmeiras imperiais mortas por outras da mesma espécie acarretará novas mortes e prejuízos econômicos. (Evandro Corrêa, O Liberal

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