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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Fugindo das abelhas. Dos sinistros. E dos bombeiros

Há alguns anos, logo depois da instalação do Corpo de Bombeiros em Marabá, uma pessoa bem informada me preveniu: “- Não te ilude, que a presença do grupamento entre nós é só para dar segurança ao aeroporto, não à população”.
Eu achei um absurdo, aquilo não poderia ser verdade. Mas, não deixei de ficar intrigado com a informação: a fonte era segura e observei que a construção do quartel ficava exatamente à ilharga do aeroporto. Depois vieram os treinamentos de socorro às vítimas de um possível acidente aéreo e continuei pensando: “Faz parte...”
Então aconteceu um incêndio na área urbana e as viaturas do grupamento só chegaram depois de tudo consumado.
No fogaréu que destruiu um depósito de mercadorias ao lado do cemitério da Nova Marabá, o socorro só chegou uma hora depois de ser acionado. Era madrugada e não havia problema de congestionamento no trânsito.
E no sinistro que destruiu prédio e móveis que guarneciam a Assembléia de Deus na Praça Duque de Caxias?
Depois tivemos outros eventos parecidos e, o que parecia ser apenas coincidência  ou dificuldade de reação, passou a consolidar a idéia que a finalidade maior dos bombeiros não incluía atender a chamados.
O assunto volta à ordem do dia com a reportagem do Correio do Tocantins de sábado, 25 de junho, sobre ataques de abelhas na Nova Marabá. Por ela, fica-se sabendo que há anos morador da Folha 5 perde a guerra contra abelhas que construíram colméias em pelo menos três postes próximos à sua casa e não costumam ser nada amigáveis com a vizinhança.
“No dia 1º deste mês, diz a reportagem, José estava limpando o canil onde mantinha cinco cachorros quando os insetos o atacaram. Alérgico às ferroadas, ele se salvou correndo para dentro de casa, mas dois dos seus cães morreram durante o ataque. “Elas são agressivas. Qualquer movimento que eu faça no quintal, elas já tentam atacar. Só não morri porque fui logo atendido quando cheguei ao hospital”, relembra.
Cansado de procurar o Corpo de Bombeiros, que, segundo ele, há seis anos ignora os pedidos de retirada das abelhas, ele protocolou uma denúncia no Ministério Público dois dias após o acidente. “A promotora solicitou aos bombeiros que fizessem o procedimento, mas ninguém apareceu”, critica.”
Morador da Folha 17, sou um dos atrapalhados com a presença de abelhas alojadas na gôndola de lixo doméstico do vizinho, com no máximo um metro de altura. Telefonei, os vizinhos telefonaram, apelei para amigos jornalistas que, solidários, também acionaram os bombeiros. Saí avisando a vizinhança que protegesse animais domésticos e crianças. À esperei sentado a vinda dos bravos combatentes do fogo e das abelhas.
Não fora, como diz o jornalista Leo Gomes, a providencial coragem de uma “empregada talibã”, que tacou fogo no bolo ruivo e furioso das assentadas, ainda estaríamos sentando aguardando a vinda dos bravos combatentes do fogo e das abelhas.
Na impossibilidade de transferir o aeroporto para a Nova Marabá, estamos pensando em mudar para a Transamazônica, proximidades da Infraero.  

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