Há também muitas palavras pelos muros e auto-falantes que dizem o inócuo , o ilusório e segam os que acham ver . Há muito pó nos espaços recônditos do abandono . O pó das ruas descalças asfixiam a artéria do dia , o pó das chaminés fazem aço e acidificam as águas e o céu . Há a fumaça nos campos que anulam horizontes . Há muito lixo acumulado pela cidade , principalmente nos departamentos políticos do poder . A elite culpa a pobreza pela miséria geral enquanto deposita os lucros da secular rapinagem. Há também um contingente genealógico de maranhenses que labutam o fardo do destino e sobre os quais recai a culpa das mazelas emigradas das classes subnutridas do outro lado da divisa . Os maranhenses são tratados como escória , o outsider portador da miséria fundante.
A despeito disso floris cidade minha , em verbo neófito e difusão de neologismos da beleza e da cor . Por isso colho tuas flores pela VP8, e o olhar , cidade minha , é o que temos a oferecer aos teus poetas emudecidos por tanto barulho . Ofereço estas linhas como flores aos poetas teus , aos garis , professoras, pedreiros , camponeses, jardineiros , crianças , pescadores , lavadeiras , feirantes , ao povo mais povo que povoa a memória de tudo que trago nos meus museus de saudade e esperança .
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