A Justiça nos Trilhos informa que, no último dia 18 de outubro, mais um acidente ocorreu na Estrada de Ferro de Carajás (EFC), sob concessão da mineradora Vale. Por volta das 13h o trem de passageiros da empresa, com destino a São Luís, no Maranhão, que transportava 525 passageiros bateu contra um caminhão num nível de passagem, próximo a comunidade de Novo Oriente, em Açailândia.
“Chovia quando eu fui cruzar a linha férrea e o caminhão patinou, tentei dar ré e vi pelo retrovisor que tinha outro caminhão, quando olhei para o meu lado direito já vinha o trem, aí tive apenas tempo de pular e correr”, diz o motorista do caminhão, senhor Edgar.
Segundo o caminhoneiro que carregava carvão para o polo siderúrgico de Açailândia, “em nenhum momento o trem buzinou, e esboçou frear, pois nem maquinista tinha no primeiro vagão, só foi parar mesmo quando bateu”, conta.
Para outro caminhoneiro, Edivaldo Nascimento, que carrega carvão e trafega há três anos pela região, falta sinalização no local. “Aqui deveria ter uma cancela, um farol sinalizando a chegada do trem, mas tem apenas esse pare,olhe, escute, é muito pouco”.
O senhor Edgar pretende processar a empresa, pois seu prejuízo foi de aproximadamente 200 mil reais, “pois o caminhão virou sucata”, diz.
No entanto, o que mais impressiona o caminhoneiro que está no Maranhão há menos de dois meses, é o modo como a mineradora trata as pessoas ao longo da EFC.
“Nem quiseram falar comigo, nem me explicaram com fazer um boletim de ocorrência quando perguntei para funcionários da Vale e bombeiros no local, apenas tiraram o veículo mais para longe dos trilhos com uma máquina. Não respeitaram minha vida nem as dos passageiros transportados pela empresa”, indigna-se Edgar.
Na EFC, em 2007 foram contabilizadas 23 mortes, em 2008 o número caiu para nove vitimas fatais, mas foram registrados 2860 acidente ao longo da ferrovia, segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestres – ANTT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário