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quarta-feira, 13 de junho de 2007

O animado circo da edilidade

A Câmara Municipal teve sessão animada na manhã de terça-feira, 12 de junho, Dia dos Namorados, quando os vereadores ficaram de apreciar a proposta de 6,5% de aumento para o funcionalismo, proposto pelo prefeito Tião caridoso Miranda. De surpresa – para vereadores acostumados a aprovar sem discussão qualquer coisa remetida pelo Executivo -, pelo menos 200 servidores lotaram a acanhada galeria e corredor do soi-disant Palacete Augusto Dias, uma construção da segunda ou terceira década do século XX, imobilizada como patrimônio histórico municipal. Em greve há quase um mês, os barnabés não regatearam nos protestos: Vanda Américo (PV, ex-PSB), com ligações particularíssimas com Tião Miranda, tentou defendê-lo e à sua oferta – já tida pela Procuradoria da Câmara como “inconstitucional”, por estar abaixo dos 8.57% concedido ao salário mínimo pelo governo federal – e mal começou a esbravejar a distinta galeria virou-lhe as costas, entre vaias. Um momento hilário foi proporcionado pelo vereador Adelmo Azevedo. “O Tião é um pai” – mal começou a falar foi calado pela vaia clamorosa da galera. “Peraí, gente, deixa eu falar!”, insistiu, desesperado para ser ouvido. “O Tião é um pai que quer matar os filhos de fome!”, disse enfim, sem alcançar o efeito esperado. Aliás, a emenda piorou o soneto. De vaia em vaia, o projeto acabou ficando de molho. Como não pode ser devolvido ao Executivo, sob pena de o reajuste ficar para o ano que vem, os servidores pediram que a Câmara acione a Comissão de Justiça para analisar o impacto na folha de pagamento dos 6,5% ofertados (que Miranda diz que será, no mínimo, de R$ 1 milhão por mês) e dos 12% desejados pela categoria. “É um risco que vamos correr, aguardando o resultado dessa análise, porque os vereadores podem muito bem se reunir longe da gente e aprovar o que quer o Tião”, observou um trabalhador, acrescentando que a greve continua. Na saída, após a sessão, outro servidor comentava: “Enquanto em Belém, o sindicato dos trabalhadores em educação denuncia e relaciona a prefeitura de Marabá entre as 16 que não gastaram o mínimo obrigatório de 60% de recursos do Fundef com o pagamento de professores em 2006, por aqui a Toinha, presidente do Sintepp e aliada do Tião, fica sabotando nossa greve.”

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