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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PA-275: bastidores do último faroeste

Cruzados do último latifúndio (os cassacos armados estão escondidos na mata)


A cada dia aumenta o número de famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra (MST) acampadas em frente à fazenda Marambaia, à altura do km-45 da PA-275, reivindicando a desapropriação da fazenda de terras griladas e improdutivas para fins de reforma agrária, além do desarmamento de fazendeiros e pistoleiros nas fazendas e o fim das ameaças de morte contra dirigentes do MST no Pará. A Marambaia é uma das nove fazendas para as quais foi solicitada vistoria ao Incra desde abril de 2008.
O Siproduz, sindicato dos fazendeiros de Parauapebas, exige que as forças policiais retirem os acampados e os fazendeiros permanecem mobilizados e armados para defender o que consideram patrimônio seu. Já os camponeses dizem que não saem: “as famílias estão entre a cerca e a estrada, portanto em terra pública, tendo todo direito de permanecerem por ” argumentam.
Para o advogado José Batista, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), “é da maior gravidade esta articulação de fazendeiros para assassinatos de dirigentes do MST, haja vista que nesse grupo de empresários fazendeiros está José Marques Donizete, assassino de Onalício Araújo Barros, o Fusquinha, e Valentim Serra, o Doutor, militantes mortos em 1998, e que sequer foi a julgamento depois de 12 anos”.
O MST reitera, segundo o dirigente Charles Trocate, que a rodovia atravessa a maior concentração de fazendas com terras griladas e improdutivas no sul do Pará, entre os municípios de Parauapebas e Curionópolis.
Não por acaso, duas portarias do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), ambas publicadas no Diário Oficial da União em 16.04.2010, arrecadam e incorporam ao patrimônio do Estado cerca de 205 mil hectares de terra devoluta nos municípios de Parauapebas (aqui incluida parte da Colônia Paulo Fonteles) e Marabá, denominada Gleba Ampulheta I e II. Boa parte desse território pode ter sido mesmo grilado e anexado às fazendas disseminadas ao longo da PA-275.
Na iminência do confronto, um fato continua a chamar a atenção. “Na manhã do dia 6 de agosto, quando o movimento saiu em marcha pela estrada e à altura do km-12 os camponeses foram barrados pelos fazendeiros com a obstrução com pneus queimados e disparo de armas de fogo, a intervenção da Tropa de Choque da capital foi visivelmente contra os trabalhadores”, diz Maria Raimunda, dirigente do MST regional. “Os militares se posicionaram contra nós, que sofremos o ataque, não contra os fazendeiros e pistoleiros armados”, detalha.  
Conforme o coordenador do Assentamento Palmares, Eurival Martins, o próprio sargento Marco Antonio admitia que “quando chegamos aqui, constatamos que os fazendeiros estavam fortemente armados, foram eles que fecharam a rodovia, mas infelizmente não conseguimos atuá-los em flagrante e agora precisamos de um mandato de busca e apreensão do delegado da policia civil da região para procurarmos as armas”.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nunca entendí essa ambição desmedida por enormes extensões de terra. Me daria por satisfeito com uma chácara de 1.000 X 1.000 m. Mesmo pq. qdo. morre o cara "se acomoda bem" em 2,00 x 1,00 m. Rsrsrsrs...Em 13.08.10, Marabá-PA.

Anônimo disse...

O MST deveria ir para a Capital e invadir o Bairro da Marambaia que era para ficar bem pertinho de sua madrinha.heheheh Larguem o sul e suldeste do Pará de Mão...
Carajaense.

Ademir Braz disse...

Suldeste, é?
Eu não concordo que se ocupe a Marambaia, em Belém. Sim, lá já é terra de ninguém, e por isso mesmo o MST não deve ser condenado ao inferno rsrsrsrsrsrs

Anônimo disse...

esse maurino e Fd ele prometeu que ia pagar 90% do que foi descontados dos uncionarios e so pagou 90% do que foi descontados no primeiro mes