A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se posicionou oficialmente nesta segunda-feira (25/10) contra a iniciativa de pelo menos quatro Estados do país de implantar conselhos de comunicação com o propósito de monitorar a mídia . Em nota assinada pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, e pelos 27 representantes estaduais, a entidade manifestou "repúdio aos projetos de criação de órgãos vinculados ao Executivo para monitorar veículos de comunicação em diversos Estados da Federação ". O Ceará foi o primeiro a tomar a iniciativa . As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
2 comentários:
A OAB do Ceará entrará com uma representação de no STF alegando inconstitucionalidade, caso seja aprovada pela AL do Ceará. Outros Estados também avaliam acriação dos conselhos em suas A.L.'s ( Alagoas, Bahia, Piauí, São Paulo e Rio de Janeiro). A justificativa é democratizar o acesso e regulação de excessos da mídia. Aprovo a OAB. Para mim se trata de cerceamento da liberdade de imprensa.
Não sei bem se é para cercear a liberdade de imprensa. Creio que é mais para coibir o que os profissionais da imprensa escrevem e falam e que depois de comprovando ser inverídico, em alguns casos, ninguém arca com as consequências.
É muito sério uma denúncia no primeiro momento. Por isso ela tem que ser averiguada antes de ser publica.
"Comerciante matou jovem com 5 tiros". Essa manchete nos passa a ideia de que os comerciantes são nocivos. Geralmente o "jovem" morto é um jovem meliante. Vai ficar parecendo que o "jovem" era um jovem gente boa, daqueles dados a leitura, que sentam na primeira fila da sala de aula, aluno aplicado, que não bebe, não fuma, respeitador, tem bons modoa... Um exemplo de pessoa.
Depois de esclarecido pela polícia que o comerciante agira em legítma defesa e que aquele "jovem" era um assaltante, ninguém desfaz a primeira impressão que ficou para a comunidade. O comerciante se quiser que corra atrás para mostrar para a comunidade que ele não agiu dolosamente.
Na verdade a primeira chamada deveria ser assim: "Comerciante reage a assalto e atinge assaltante com 5 tiros". Se ele morreu ou não, não interessa relatar.
Sem contar que em muitos casos, dependendo de quem seja o pivô da notícia, a imprensa "livre" não divulga os fatos como realmente aconteceram.
Apenas como exemplo vou citar um caso local.
Recentemente uma senhora foi atropelada por um veículo de uma loja de departamentos.
A imprensa divulgou notinha dando conta que ela tinha sido atropelada e vindo a óbito por um veículo de uma loja de departamento da cidade. Temos pelo menos três ou quatro lojas de departamentos na cidade. Qual delas é a dona do veículo atropelador?
Era o mínimo que a imprensa livre, imparcial e isenta deveria informar, para que não ficasse no ar essa incógnita. A população terá que bancar de adivinho ou então ficar ouvindo os rumores quanto ao acontecido.
Não é execrar ao dono da loja, que não tem a menor culpa se um empregado seu foi o causador do acidente, é apenas de deixar tudo em pratos limpos.
E era tão fácil a imprensa saber dos fatos, já que tudo, acredito, foi registrado pelas autoridades competentes.
Me lembro também daquele casal de São Paulo, donos de uma escola, que foram acusados de pedofilia. Além da população, emocionada pelas denúncias da imprensa, ter depredado o prédio, eles foram presos, graças a essa denúncia.
Passado alguns anos, foi descoberto que o denunciante apenas queria se vingar por ter sido demitido da escola.
Para os proprietários, além do prejuízo material, ficou o moral. Talvez estejam correndo atrás de indenização... Um dia, quem sabe, recebam.
Não sou a favor de proibir que a imprensa denuncie. Mas a ela caberá o ônus da prova, como imputa a Lei a qualquer um nesse país quando acusa a outrem.
A Lei é para todos e ninguém está acima dela.
Político não é flor que se cheire. Mas no passado não tão distante, várias pessoas foram execradas da vida pública por conta de denúncias que nunca foi comprovadas. É que a imprensa vez por outra se deixa usar por grupos políticos e econômicos, temos visto isso com bastante frequência. Talvez porque os meios de comunicação sejam concedidos a grandes empresários ligados a políticos e até mesmo aos próprios políticos.
É preciso antes de tudo lisura e responsabilidade sobre o que se publica.
A imprensa tem o poder de tornar alguém o inimigo número 1 da sociedade, como o de fazê-lo o mais honrado dos seres terrenos. Isso vai depender apenas dos interesses em jogo.
A massa ainda não tem poder de discernimento suficiente para fazer juízo sobre o que ler, ver ou ouve. Assim fica fácil manobrar.
Postar um comentário