MPE acusa Elka de forjar provas a seu favor
As duas declarações apresentadas pela vereadora Ismaelka Queiroz Tavares (PTB) à Justiça, como prova de que ela e assessores de seu gabinete estiveram em São Paulo em julho de 2010 para conhecer projetos esportivos e depois implantá-los em Marabá são falsas, de acordo com uma Medida Cautelar Incidental que a promotora Mayanna Silva de Souza Queiroz impetrou no dia 21 deste mês na 3ª Vara Cível da Comarca de Marabá.
O MPE ingressou com Ação Pública de improbidade administrativa contra Elka no final do ano passado, alegando que ela havia feito utilização ilegal do veículo oficial da Câmara Municipal, requerendo liminarmente afastamento preventivo e bloqueio de bens. Após novo pedido de reconsideração, a liminar foi revogada, sendo determinado o retorno da vereadora ao cargo.
A primeira inverdade atestada pelo Ministério Público diz respeito ao testemunho dado perante a Comissão Processante da Câmara, quando Elka alegou que no dia 6 de março de 2010 o veículo se deslocou até a cidade de Belém conduzido pelo senhor Elias Mendes de Araújo para levar o senhor Tolentino Rodrigues para tratamento de saúde, o que foi confirmado por Elias à comissão.
No entanto, conforme se observa pelo Auto de Infração advindo do Detran, o condutor do veículo no dia em questão era João de Matos Feitosa, que não pertence ao quadro de servidores da Câmara. “Diversamente ao alegado pela vereadora, terceira pessoa conduzia o veículo oficial no dia 6 de março de 2010, quando este foi multado pelo Detran por excesso de velocidade em frente à Churrascaria Pavan, em Belém, sem qualquer autorização da Presidência da Casa Legislativa.
Para a promotora, a alegação de transporte de doentes no carro oficial que serve ao seu gabinete não encontra qualquer guarida legal, ao contrário, evidencia que a vereadora tem se utilizado de bem público e às expensas do erário para se autopromover politicamente perante seus correligionários, tanto que a pessoa que utilizou o veículo, segundo consta, é diretamente ligada à vereadora há mais de 10 anos. “As pessoas doentes devem ser transportadas em ambulância através de TFD (Tratamento Fora de Domicílio) ou por meios próprios, jamais no veículo oficial da Câmara, que deve servir para deslocamento em benefício da Casa.
No depoimento prestado à Comissão Processante, Ismaelka declarou que nos dia s27 e 29 de julho esteve no Estado de São Paulo utilizando o veículo oficial para conhecer projetos esportivos, visando implantá-los na Folha 33, inclusive, em uma dessas mencionadas visitas, o veículo teria sido utilizado pelo presidente da Associação de Moradores da Folha 33, Adauto Alves da Costa.
Visando justificar as viagens, ela apresentou declarações emitidas pelo Nacional Atlético Clube e Centro de Treinamento Zirmayr, atestando que estiveram presentes nas duas agremiações. No dia 27 seriam Elias e Adauto e no dia 29 a vereadora Ismaelka e Elias.
Estranhando o teor e formatação das declarações apresentadas pela vereadora no processo que transcorre na Justiça, a promotora Mayanna encaminhou ofício aos clubes citados, para confirmarem o conteúdo das declarações.
Norberto Toledo, que figura em duas declarações como diretor-técnico do Centro Kirmayr, encaminhou à Promotoria documento informando que “não assinei as declarações apresentadas pela senhora Ismaelka Tavares...e nunca fui diretor técnico do Centro de Treinamento Kirmayr, desconhecendo por completo o teor das referidas declarações.
Depois disso, Norberto foi à Delegacia de Polícia registrar boletim de ocorrência acerca da declaração em seu nome e enviou cópia ao MP de Marabá.
Por sua vez, o Nacional Atlético Clube encaminhou à Promotoria ofício acerca da autenticidade das declarações pretensamente assinadas por Ayrton Franco Santiago, presidente do clube. “Os criminosos documentos enviados não são autênticos. A assinatura não se parece com a do presidente desta agremiação e as informações contidas não são verazes. Vê-se claramente tratar-se de grosseira contrafação. Tão absurda quanto falsificação de nota de R$ 200,00”.
O Clube identificou 10 erros na suposta declaração em seu nome e nominou uma a uma, com o objetivo de desmascarar o documento que atestou como fraudulento. O leitor pode acompanhar esses problemas em imagem reproduzida nesta página.(Ulisses Pompeu)
A vereadora diz que é inocente... |
3 comentários:
Demir, lí a matéria acerca no CT. A CPI que a Promotora indica deve ser criada pela CMM, e deve resultar em perda do mandato pela Elka Maravilha. Do contrario, o Legislativo municipal, corre o serio risco, de incorrer em descrédito total perante a população. Em 03.07.11, Marabá-PA.
Eu não sei de que forma pode ser desacreditada a nossa Câmara já sem credibilidade.
CPI? Depois que a Pererelka reuniu-se secretamente com seus colegas na véspera do julgamento dela, e que todos sairam jurando que ela era inocente, só uma alma branda perseguida pela imprensa? Sei não.
O que eu soube foi que ela rasgou a chita: se me derrubarem entrego todas as mutretas e aí vamos todos passear de vaca no brejo.
Se não é verdade, ficou parecendo que era.
Talvez a saída seja mesmo o MP, mas há outro porém:a Justiça tem sido muito condescendente com os políticos denunciados em Marabá.
Olha o Maurino aí, quando já deveria ter sido cassado...
O problema da justiça é a lentidão, os recursos, as brechas da lei, a falta de execução prática das decisões,as investigações que emperram, os favorecimentos da lei e claro a mordaça que rola a cerca de alguns processos que deveriam ser públicos e não sigilosos.Tu viu o Pimenta Neves e o Edmundo? Como pode depois de condenado o cara nao cumprir a pena?
Postar um comentário