quinta-feira, 14 de junho de 2007
Empenhando o futuro
Enquanto ruralistas reclamam do que identificam como “favelas rurais”, essas ocupações que proliferam em toda a região, políticos de Marabá se empenham em consolidar favelas urbanas em propriedades particulares sem qualquer infra-estrutura. Com essa atitude, que visaria mais preservar interesses e apoio futuro dos latifundiários urbanos do que atender à demanda da população carente, os políticos desatendem preceitos do Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257, de 10.07.2001) como os que fixam diretrizes gerais para a política urbana, entre os quais: garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações. Além, necessariamente, da oferta de equipamentos urbanos e comunitários, porque só a habitação pura e tão-somente não basta.
Como está proposto, assim de afogadilho e sem planejamento, as desapropriações em andamento com a participação da Cohab não passam de um violento processo de favelização que vai estourar na mão das futuras administrações municipais, quando começar a demanda por praças, escolas, esgotos e pavimentação, como ocorre em invasões históricas que se tornaram bairros insalubres como o Liberdade, o Independência, o Jardim Bom Futuro e outros.
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Um comentário:
Infelizmente atitudes desta natureza ainda predominam. Leis existem, planos Diretores e etc., mas faltam-nos Gestores que pensam a logo prazo, e até mesmo que pensam. As consequências são bárbaras: criminalidade, marginalidade, lesões á educação, saúde, retrocesso cultural... Como vejo em suas mensagens, falta poesia/arte na política.
marcones José.
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