Bastou o Diário do Pará fazer jornalismo para provocar furor sem igual dos seus competidores e inimigos . O jornal do ex-deputado federal Jader Barbalho publicou matéria sobre a realização da primeira audiência a que os irmãos Ronaldo e Romulo Maiorana Júnior têm que comparecer , perante a justiça federal , para responder por desvio de recursos da Sudam. Desde então , O Liberal publica reportagens, editoriais e notas diárias em suas colunas sobre a corrupção do PMDB, nacional e local , que tem Jader Barbalho como o seu maior símbolo .
A denúncia foi aceita e o processo iniciado , mas os Maiorana deixaram de comparecer a duas audiências , alegando viagem . A próxima estava marcada para o dia 1º. Novamente os Maioranas estariam viajando. Mas o juiz Antônio Campelo ameaça tomar providências caso a ausência se repita.
O destaque dado ao assunto (publicado antes no Jornal Pessoal ) criou uma expectativa reforçada sobre a audiência . Talvez tenha abortado a estratégia dos donos do grupo Liberal para escapar da tomada dos seus depoimentos . Atrairá a atenção do restante da imprensa para o acontecimento , no qual pessoas acostumadas a impedir o acesso de terceiros ficarão expostas à curiosidade pública na condição de réus .
A ira dos irmãos se refletiu nos editoriais que se repetiram tanto em O Liberal quanto no Amazônia, o jornal mais novo da "casa ", numa linguagem agressiva , visando um objetivo claro : atingir a pessoa de Jader Barbalho. O ataque parecia ter uma vantagem adicional : dizia-se que o ex-governador, que sofre de hepatite , estaria também com diverticulite , doença que o levara a uma consulta e tratamento em São Paulo.
Estaria, portanto , para uma resistência mais baixa a um ataque massivo. Mas , assim como o ex-ministro costuma reagir quando acusado de corrupção , os Maiorana também nada disseram sobre o conteúdo da reportagem do adversário . Nesses momentos , ambos os inimigos só têm razão quando acusam. Por isso , preferem não exercer sua defesa , exceto para aplicá-la segundo a regra de que a melhor defesa é o ataque .
As seguidas e cada vez mais violentas referências a Jader e ao PMDB tinham ainda um segundo propósito : continuar a pressionar o governador Simão Jatene, do PSDB, a voltar atrás no compromisso assumido com o ex-senador peemedebista , que resultou na entrega de alguns cargos na linha de frente da administração estadual. Além de estender as críticas aos representantes do PMDB no governo Jatene, O Liberal bate pesado no secretário de ciência e tecnologia , Alex Fiúza de Melo, ex-reitor da Universidade Federal do Pará .
Alex se tornou persona non grata aos Maiorana desde que depôs em meu favor nas ações que os irmãos propuseram contra mim na justiça , depois que Ronaldo Maiorana me agrediu fisicamente (a agressão completou seis anos no dia 5). Pedi o testemunho de Alex porque O Liberal , depois de lhe atribuir irregularidades durante sua gestão à frente da UFPA, não lhe concedeu o direito de resposta .
Os Maiorana, que se consideram acima do bem e do mal , também se arvoram a proprietários da opinião pública . Parece que a situação está mudando. Agora , eles também têm que entrar na chuva . E quem vai à chuva , se molha .
(Reproduzido do Jornal Pessoal nº 481, janeiro 2011/2ª quinzena)
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