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quinta-feira, 29 de março de 2012

Fábrica de Anjos ou Casa dos Horrores?

A ilustração - espetacular! - é de Pedro Netto, d'O Resto do Iceberg.
 O texto é emprestado do Diário do Pará  
Outro bebê morre no hospital municipal
Depois de alguns meses sem registrar ocorrências graves, o Hospital Materno Infantil (HMI) de Marabá voltou a ser palco de tragédia. Na madrugada de ontem, mais uma criança morreu, um bebê gêmeo de 3 quilos. A outra criança, de 2,65 quilos, está internada em estado grave no Hospital Regional, enquanto a mãe, Tereza Carosi, permanece internada ontem, tomando sangue, já que sofreu hemorragia. A família alega que a morte foi provocada por descaso do HMI.
Amiga da família, a advogada Adelaide Vieira acompanhou o sofrimento da mãe dos gêmeos desde que ela chegou ao Materno Infantil, por volta da meia-noite, após ter estourado a bolsa. Ela relata que Tereza só foi atendida por volta das 5h40, horário em que o anestesista chegou ao hospital.
Segundo Adelaide, houve uma sucessão de descasos com a paciente, a começar pelo médico com quem ela fez o pré-natal, que deveria ter avisado ao HMI que Tereza tinha de passar por uma cesariana, já que sua gravidez era de risco, pois ela tem 41 anos de idade, e não tinha condição de ter um parto normal. Só que ninguém avisou.
Já no hospital, os médicos que estavam de plantão se recusaram a fazer a cesariana e Tereza enfrentou longas cinco horas de calvário, sentindo dores e uma enorme pressão, a ponto de sofrer uma ruptura de útero.
Enquanto isso, na portaria do hospital, Adelaide não recebia qualquer informação sobre a amiga. Somente às 4h30 da manhã uma funcionária do hospital informou que Tereza ainda não tinha sido operada, levando a amiga ao desespero, já que ela sabia que a situação da gestante era seríssima.
Tereza só foi atendida quando disse para a enfermeira de plantão que os dois bebês tinham parado de se mexer, já por volta das 5 horas da manhã. Depois disso, ela ainda esperou por 40 minutos até a chegada do anestesista.
A advogada afirma que vai até as últimas consequências para que essa situação não fique impune. Ela ficou de registrar ocorrência policial, pedir a necropsia no Instituto Médico Legal (IML) e oferecer denúncia na Justiça.
Muito emocionada, desabafou: “Isto é erro médico e negligência. É uma lástima o que aconteceu, é o fim do mundo. É isso que eu tenho a dizer, com muita dor no coração”.
Até o final da tarde de ontem, a Secretaria Municipal de Saúde de Marabá ainda não havia se pronunciado oficialmente, mas o chefe de gabinete da Prefeitura de Marabá, Dacivan Ramos, confirmou que será aberta uma sindicância para apurar o fato. Depois disso, será divulgada uma nota de esclarecimento. (Diário do Pará)

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