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sábado, 9 de março de 2013

Incra demite superintendente de Marabá


 
 

 
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Outra ativista sofre ameaças de morte no mesmo assentamento
exoneração do superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Marabá, Edson Luiz Bonetti, deve ser a resposta mais imediata do Incra aos problemas gerados pelo assentamento de Antônia Nery de Souza, mulher do fazendeiro José Rodrigues Moreira, acusado de matar o casal de ativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo, em 24 de maio de 2011. As vítimas lideravam a resistência contra a invasão do projeto de assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira, no município de Ipixuna do Pará, sudeste do Estado, por fazendeiros e madeireiros interessados na extração ilegal de madeira e castanha. O próprio presidente nacional do Incra, Carlos Guedes, confirmou a decisão de tirar Bonetti do cargo, sem precisar, entretanto, a data em que será formalizada. "Por menos do que isso, três superintendentes foram exonerados há menos de um mês", desabafou Guedes.
A direção nacional do Incra afirma que o processo administrativo de assentamento de Antônia Nery está sendo analisado em Brasília, porque a situação do marido dela gera impedimento legal para que seja beneficiária da reforma agrária. "O processo foi encaminhado à procuradoria federal especializada, para ajuizamento de ação judicial visando à retomada do imóvel", informa nota oficial emitida ontem pelo órgão. E, por conta dessa situação, todos os processos de ocupação no Praialta-Piranheira junto à Superintendência Regional do Incra em Marabá estão sendor avaliados pelo Incra nacional. O objetivo é verificar se estão atendendo à legislação. Procurado em seu gabinete, Bonetti preferiu não dar entrevista.
Para aprofundar ainda mais a crise, a professora Laísa Santos Sampaio, irmã de Maria do Espírito Santo, continua sendo ameaçada de morte na reserva, onde também é assentada e integra o grupo de resistência à pressão exercida por madeireiros e pequenos fazendeiros, com o auxílio de pistoleiros, para que as famílias assentadas deixem seus lotes. "Já entraram na minha casa e atiraram no meu cachorro", denuncia Laisa. Segundo a professora, estes mesmos sinais antecederam o assassinado de Maria e José Cláudio. "Eu recebo recados e bilhetes dizendo ‘a mata é nossa, cala a tua boca’. Só tenho a proteção divina. O governo nunca fez nada para acompanhar a gente", afirma ela.
Segundo o padre Paulo Joanil da Silva, coordenador da a Comissão Pastoral da Terra em Belém a CPT já requereu proteção à vida de Laísa ao governo do Estado, por diversas vezes, mas ainda não obteve resposta. A falta de providências nesse sentido foi denunciada pela entidade inclusive à Organização das Nações Unidas (ONU). Nos últimos dois dias, o padre afirma ter recebido mais de mil cartas, de vários cantos do país e do exterior, em solidariedade à Laísa. A proximidade do julgamento de José Rodrigues Moreira, marcado para o próximo dia 3 de abril, tende a ampliar a tensão na área, o que preocupa Laísa. José Moreira está preso na Penitenciária de Marabá, acusado de mandante do assassinato. Com ele também estão presos os acusados da execução do crime, Lindonjonson Silva Rocha e Alberto Lopes do Nascimento.
Revoltado com o que considera um escândalo, o padre critica a entrega do lote, pelo Incra, exatamente ao acusado do assassinato e dentro da mesma reserva em que ocorreu o crime, enquanto Laísa classifica de absurda a decisão e ponta a necessidade de revisão do assentamento de Antônia Nery. Sobre a saída do superintendente de Marabá, a professora acrescenta se tratar de uma situação que merece ser melhor avaliada inclusive pelo superintendente que venha a substituí-lo. Apesar do medo de morrer, Laísa afirma que não deixará a reserva. "O povo precisa de paz e respeito. Só queremos o direito de viver na floresta".(O Liberal)

3 comentários:

Anônimo disse...

Os governos de 1972 à 2002,foram taxados de incompetentes o tempo todo,pelos petistas e hoje ex-petistas: no quesito "executar a reforma agrária", de 2002 até hoje,os "sabem tudo" assumiram as rédeas da reforma agrária,e entra ministro,sai ministro,entra superintendente,sai superintendente, e nada de terminar a reforma agrária,SIM porquê ,não é uma REFORMA ? Então tem que ter começo,ter meio e um dia ter um final ! São 40 anos de reforma agrária, não vai acabar nunca ? É uma ferramenta de fazer politica e politicagem ? Se for.. tudo bem ! Como diz um certo comentarista esportivo, É BRINCADEIRA....

Prof. Elton Jean Peixoto disse...

O município é Nova Ipixuna.

Anônimo disse...

A Bernadete e o Luis Carlos vao indicar quem agora?