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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Amazônia, mundo esquecido

Divulgado nessa terça-feira (09/06), relatório das Nações Unidas para a Infância (Unicef) traz dados reveladores sobre a Amazônia: a região abriga a população mais jovem do Brasil - 9,2 milhões de crianças e adolescentes de até 17 anos - com o nível de pobreza mais alto do país. Enquanto no Brasil o índice era de 50%, no Norte chegava a 61%. Em 2006, em alguns estados amazônicos, entretanto, essa marca superou 65%. Além disso, foram rastreados problemas como analfabetismo, persistência de altas taxas de evasão escolar e elevada distorção idade-série, o que compromete a conclusão do ensino fundamental e o acesso ao ensino médio na idade adequada. Intitulado “Situação da Infância e da Adolescência Brasileira 2009 - O Direito de Aprender: Potencializar Avanços e Reduzir Desigualdades”, o documento revela que na Amazônia Legal existem mais de 90 mil adolescentes analfabetos e cerca de 160 mil meninos e meninas entre sete e 14 anos fora da escola, em razão da deficiência no sistema de transporte escolar e da falta de políticas públicas nas localidades mais distantes dos centros urbanos, que se refletem diretamente na freqüência de meninos e meninas à escola desde os primeiros anos de vida. E o Norte, diz o IBGE, é a região com menos crianças de até 3 anos de idade em creches - 7,5% (a média nacional é de 17,1%). Igualmente grave é a falta de registros de nascimento, que impede o ingresso das crianças no sistema educacional, compromete o planejamento de políticas e dos programas de educação, saúde e assistência social. Não ter a certidão de nascimento dificulta o acesso de meninas e meninos a serviços nessas áreas, aumentando sua vulnerabilidade ao trabalho infantil, à exploração sexual e ao tráfico de pessoas. Para combater o atraso, a Unicef propõe alternativas como políticas públicas que priorizem os direitos de meninos e meninas que vivem na região, a chamada Agenda Criança Amazônia, através da qual cada município se compromete a melhorar, até 2012, indicadores sociais como taxa de pobreza, mortalidade infantil e materna, desnutrição infantil, registro civil, acesso ao pré-natal, gravidez na adolescência, violência e trabalho infantil, incidência de Aids e malária, acesso à água potável, acesso e permanência na escola, entre outros. Quanto à educação básica, o relatório diz que "os governos precisarão, além de superar os obstáculos que têm dificultado o acesso a creches e pré-escolas, voltar sua atenção para a outra ponta do sistema, o ensino médio, também ainda não obrigatório no Brasil”.

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