segunda-feira, 15 de junho de 2009
Há poetisa
Luciane de Novaes é bacharela em Direito, secretaria um escritório de advogados, é jovial e cordata. Mandou-me essa beleza que divido com vocês.
Há poesia
Luciane de Novaes
Lágrimas solitárias
Lágrimas solidárias
Lágrimas confidentes e bandidas
Das cercanias “hemofóbicas”
Tão estranhas e falantes
Tão culpadas e atrizes
Como sérias meretrizes do além-bar
Saídas daquele mar dos sonhos
Expulsas por cantar sem medos
O amor ébrio de suas almas perdidas
A luz do dia censurava seus passos
Nas madrugadas intensas eram tão felizes
Dos boêmios e felinos guardavam a fiel companhia indulgente
Esses, os poucos e bons que lhes tratavam comumente.
- Se o amor que a gente sente não pode sentar no banco da praça,
Não desistamos, querida... Nada nos tira a graça!
Repousa teu olhar em meu travesseiro
Que te faço dormir em meu seio
Que te faço sorrir sem receio
O amanhã vem para todos, mesmo nublado de preguiça
Dorme e sonha com o futuro
Há poesia em tudo, amor,
Há poesia...
(Set/2008)
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6 comentários:
Lindo.
Lesbianismo no ar....hummmmmm
Bom dia, querido Poeta:
parodiando o anônimo das 05:01"...hummmm..preconceito (dele) no ar...", mas muita poesia no chão e na tela.
E, para Luciana, o velho poeta:
Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural
nada deve parecer impossível de mudar.
(Nada é impossível de mudar - Bertold Brecht)
um abraço, Poeta.
não seria "homofóbicas"?
Um poema de amor, absoluto e sincero. Simples assim. Parabéns à autora.
Ao anônimo das 05:46h: o prefixo "hemo" foi utilizado propositalmente como trocadilho à palavra homofóbicas, numa alusão a sangue, remetendo ao medo, ao pavor intenso e quase sempre irracional oriundo dos próprios familiares.
A autora.
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