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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Cerco ecológico

A empresa de calçados Adidas anunciou que convidou a Bertin, uma de suas fornecedoras e também uma das maiores empresas brasileiras do agronegócio, para uma conversa em sua sede, na Alemanha. A Adidas quer que a Bertin dê garantias de que não vai fornecer couro proveniente de regiões de desmatamento na Amazônia. A notícia é da coluna Radar, da revista Veja. Segundo a informação, a Adidas convidou, como testemunha da reunião, a organização ambientalista Greenpeace. A decisão da empresa alemã é mais uma resposta que o mercado dá ao recém divulgado relatório do Greenpeace - A farra do boi na Amazônia. De acordo com a ONG, a indústria da pecuária na Amazônia brasileira é o maior vetor de desmatamento do mundo, e empresas multinacionais como a Adidas impulsionam, involuntariamente, o desmatamento quando compram produtos de fornecedores como a Bertin. Além disso, a Bertin esteve envolvida em um escândalo, e foi acusada de ter negociado com autoridades do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para evitar pagar multas por não respeitar leis ambientais e adquirir gado apreendido por um preço abaixo do mercado. Já o Pão de Açucar, maior companhia do varejo brasileiro, informou ao Ministério Público Federal (MPF) nesta quarta-feira, 10 de junho, que suspendeu a aquisição de produtos e subprodutos de origem bovina de frigoríficos apontados pelo MPF como corresponsáveis pelo desmatamento da Amazônia. A empresa também declarou que solicitou aos frigoríficos a apresentação ao MPF de um plano de auditoria socioambiental que comprove a origem do gado a ser comercializado. As informações foram dadas em resposta a notificação encaminhada pelo MPF ao Grupo Pão de Açúcar e a outras 68 grandes empresas revendedoras de derivados do boi e a fabricantes que utilizam essa matéria-prima, alertando-as a evitarem comercializar produtos cuja origem é a criação ilegal de gado em áreas desmatadas. Foram propostas 21 ações pedindo o pagamento de R$ 2,1 bilhões em indenizações pelos danos ambientais à sociedade brasileira. A área total desmatada corresponde à área do município de São Paulo. Entre os frigoríficos processados está um dos maiores do Brasil, a Bertin S.A, que comprou gado de fazendas multadas pelo Ibama e de uma que fica dentro de uma reserva indígena. Entre as fazendas irregulares, nove pertencem à agropecuária Santa Bárbara (abaixo, relação de pessoas físicas e jurídicas processadas). As notificações às revendedoras fazem parte de uma ação do MPF para desmanchar a cadeia produtiva que lucra com a devastação ambiental. No início de junho, juntamente com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o MPF entrou na Justiça contra quem cria gado em áreas de desmatamento e quem compra diretamente produtos desses criadores. A atividade dos fazendeiros ilegais ficou conhecida como "a farra do boi na Amazônia". Entre frigoríficos apontados pelo MPF como corresponsáveis pelo desmatamento na Amazônia e pesssoas físicas processadas estão: Bertin SA, Coopermeat - Cooperativa Agropecuária e Industrial de Água Azul do Norte/PA, Fiel - Frigorífico Industrial Eldorado, Frigor Pará, Frigorífico Rio Maria, Redenção Frigorífico do Pará, Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A Alcobaça Consultoria e Participações S/A, Benedito Mutran Filho, Brascouros - Durlicouros Indústria e Comércio de Couros, Companhia Agropastoril do Araguaia, Cooperativa Agropecuária e Industrial de Água Azul do Norte, Daniela Maria Rocha Quagliato Conrado Antunes, Fernando Luiz Quagliato, Fiel - Frigorífico Industrial Eldorado Ltda, Francisco Benedito Geanetti, Francisco Eroides Quagliato, Francisco Eroides Quagliato Filho, Frigorífico Rio Maria

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