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segunda-feira, 15 de junho de 2009

A educação, segundo o MST

É também em busca de educação de qualidade que o MST promoveu em vários estados manifestações esta semana. Com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2007, o movimento argumenta que 14 milhões de pessoas são analfabetas no Brasil, número que salta para 32,1 milhões se somadas aos analfabetos funcionais. Isso corresponde a 26% da população acima de 15 anos de idade. E no campo, essa realidade é ainda mais cruel. Dados do IBGE apontam que 29,8% dos adultos são analfabetos e apenas 23% dos alunos de 10 a 14 anos estão na série adequada para sua idade. Dentro do seu programa de erradicação do analfabetismo em sua área, o movimento diz ter 300 mil pessoas estudando, incluídas as crianças da Educação Infantil, passando pela Escola de Jovens e Adultos (EJA), cursos profissionalizantes e universidades. Mais de 50 mil pessoas já aprenderam a ler e escrever no MST, segundo manifesto publicado esta semana. “Fazemos questão de montar escolas sempre onde montamos acampamentos”. Nessa atividade, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) é um das poucas iniciativas federais voltadas para a educação: “O Pronera tem como missão promover aos acampados e assentados o acesso à educação formal em todos os seus níveis, desenvolvendo ações desde a alfabetização, EJA, ensino fundamental, médio, cursos profissionalizantes, superiores e de especialização”, explicam. De 1998 a 2002, o programa foi responsável pela formação de 122.915 assentados. De 2003 a 2008, mais 400 mil jovens e adultos tiveram acesso à escolarização. Atualmente, 17.478 pessoas estão em processo de formação, em 76 cursos pelo Brasil. Não obstante, segundo o MST, esse direito está ameaçado: “O Incra, responsável por executar o programa, decidiu suspender todos os convênios para novos cursos. Além disso, o governo cortou 62% do orçamento do Pronera, proibindo ainda o pagamento de bolsas aos professores das universidades e aos educandos. Até os cursos em andamento podem ser cortados”, aponta. Mediante ocupação de algumas sedes do instituto, inclusive a de Marabá, os lavradores estão exigindo a recomposição do orçamento do Pronera; a regularização do pagamento dos coordenadores e professores que trabalham nos cursos nas universidades; a retomada da parceria para novos cursos, através de convênios e destaques orçamentários.

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