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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sindicom quer saída para agronegócio

Uma proposta feita pelo governo do Estado ao Ministério Público Federal (MPF) para resolver a questão do boicote à carne de frigoríficos paraenses acusados de infrações ambientais seria a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) pelo qual essas indústrias, entre outras exigências, comprem carne apenas de fornecedores livres de acusações sobre infrações ambientais e trabalho escravo, de invasão de terras indígenas, violência agrária, grilagem ou desmatamento, e também de áreas quilombolas. Só assim o frigorífico que assinar o TAC terá o nome excluído, imediatamente, da lista e poderá comercializar a carne normalmente. Para o presidente do Sindicato do Comércio de Marabá (Sindicom), economista Paulo César Lopes, o MPF está correto desde que o prazo concedido às empresas seja suficiente para reflorestar o excesso desmatado e poder adequar-se às exigências ambientais. “Afinal, diz ele, os pecuaristas que investiram no agronegócio nesta região estão aqui desde os anos 70 do século passado, estimulados pelo governo militar. E se a ocupação foi incorreta, não será a partir de proibições atuais que se vai, da noite para o dia, consertar erros acumulados em quatro décadas”. Paulo Lopes não oculta sua desconfiança de que a investida contra o agronegócio no sul do Pará pode aninhar outro objetivo: “Esse engessamento pode muito bem servir à retomada de atividade dos frigoríficos do sul do País, fechados pela crise internacional, como o Independência. Fechadas as indústrias aqui, será preciso reinvestir na abertura dos de lá, sob pena da perda dos mercados externos”, pondera. “É tudo muito estranho. Primeiro, avançou-se sobre o segmento mineral representado pelas guseiras do Distrito Industrial, agora o ataque é sobre a produção de carne na região que concentra os maiores e melhores rebanhos bovinos do Estado”, conclui.

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