O Ministério Público Federal (MPF) entrou na Justiça com ação em que pede a suspensão das atividades da mineradora da Vale na mina Miltônia 3, em Paragominas, no sudeste paraense , incluindo a linha de transmissão de energia e o minerotudo que transporta a bauxita até a refinaria da Alunorte em Barcarena, na região metropolitana de Belém.
A ação judicial solicita à Justiça que determine imediatamente o pagamento de compensação mensal no valor de cinco salários mínimos para cada uma das 788 famílias remanescentes de quilombo e a implantação de projeto de geração de renda na comunidade . O MPF pede multa diária de R$ 1 milhão caso a Vale não cumpra a decisão judicial requerida.
O mineroduto e a linha de transmissão passam por sete municípios : Paragominas, lpixuna do Pará , Tomé-Açú, Acará , Moju, Abaetetuba e Barcarena. Em Moju o sistema atravessa o território do Jambuaçu, titulado como quilombola em 2003.
Nas diversas fases do licenciamento ambiental, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) impôs uma série de obrigações à Vale . Em 2008 ficou estabelecido que a mineradora deveria apresentar programas de geração de renda e diversificação da produção agrícola para as áreas impactadas pelo empreendimento .
O projeto de geração de renda foi idealizado pela Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e previa o atendimento a 399 famílias quilombolas . Em vez de implantar o projeto , a empresa preferiu entrar na Justiça contra a comunidade , propondo acordo em que apenas 58 famílias seriam beneficiadas.
“Essa proposta é pífia se confrontada com os danos sobre o território ”, criticam no texto da ação os procuradores da República Bruno Araújo Soares Valente e Felício Pontes Jr. Na ação o MPF também denuncia que , ao propor o acordo na Justiça , a Vale omitiu do juízo , do Ministério Público do Estado do Pará e da comunidade , a existência de pré-requisitos exigidos no licenciamento .
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