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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Atlas do trabalho escravo no Maranhão

Estima-se que existem hoje no mundo cerca de 12 milhões de seres humanos vivendo das migalhas que o capitalismo deixa cair de suas mesas, transformando-os nos escravos contemporâneos. Segundo estimativas da Comissão Pastoral da Terra - CPT existem no Brasil hoje mais de 25 mil escravos, fruto da miséria e da ganância. São homens, mulheres e crianças aprisionados, lidando com os piores trabalhos possíveis, sobre as mais degradantes condições, sujeito às mais variadas formas de violência e que lhe são negados os direitos mais essenciais como o simples direito de ir e vir.
Neste contexto o estado do Maranhão, infelizmente, ocupa lugar de destaque no quadro dos estados onde mais se fornece mão-de-obra para o trabalho escravo, sendo que a maioria de trabalhadores resgatados em outras unidades da federação principalmente no estado vizinho Pará, são maranhenses.
E foi por conta da escuridão deste tema que o CDVDH, na busca de tentar compreender melhor e descrever como funciona esse fenômeno social chamado escravidão contemporânea, resolve produzir um livro intitulado “Atlas Político-Jurídico do Trabalho Escravo Contemporâneo no Maranhão”.
O Atlas do Trabalho Escravo será lançado na próxima quinta, 27/01. A obra é uma amostragem das informações que constam no acervo de arquivos do CDVDH e de  diferentes órgãos governamentais. Trata-se ainda de um analise e de um conjunto de dados sobre os processos envolvendo a prática do Trabalho Escravo em dezenas de fazendas no Estado do Maranhão.
Com um conteúdo distribuído em 7 (sete) capítulos, o Atlas traz além de  um histórico da região sudoeste do estado do Maranhão, um estudo sobre as figuras dos peões “escravizados”, o patrão “proprietário de terras” e o gato “o aliciador”, personagens de destaque no processo de Trabalho Escravo; faz um analise das fiscalizações e de vários processos em andamentos na justiça; questiona porque  o ninguém está preso por este crime e avalia negativamente os dois planos criado pelos governos para erradicar este mal.
No lançamento do Atlas estarão presentes, representantes do poder judiciário, de parlamentares federais e estaduais, membros da comissão de direitos humanos da OAB-MA, representantes da Secretaria Nacional de Direitos Humanos e do Provita,   e representantes do Ministério do Trabalho além de representantes de organizações da sociedade civil do Brasil e de outros países como a já confirmada presença do diretor da Agência Asturiana de Cooperação para o Desenvolvimento, Marcos Cienfuegos. 
O lançamento acontecerá na quinta feira, 27/01 na sede do Centro de Defesa na Rua Bom Jesus, 576, centro. 

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