"A nova tragédia , como outras no passado , ilustra a negligência criminosa de algumas autoridades eleitas. Por demagogia ou interesses eleitorais , eles deixaram que o concreto tomasse os morros , ou mesmo encorajaram a especulação imobiliária ", afirma o artigo .
"Não há fim no inventário das muitas falhas que levaram à tragédia ", diz o artigo , citando falta de capacidade para previsões meteorológicas precisas, inexistência de sistemas de alerta e a ocupação irregular em áreas de risco .
O artigo observa ainda que o próprio governo brasileiro havia admitido, em novembro do ano passado , que não havia implementado nenhuma das medidas recomendadas para informar , educar e alertar comunidades sob risco . "Nem mesmo com a criação de um banco de dados ou um site na internet ", diz.
O jornal cita ainda a consultora da ONU Debarati Guha-Sapir, do Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres (Cred), de Bruxelas, na Bélgica, para quem é um absurdo que o Brasil, com "apenas um perigo natural para administrar ", não consiga fazê-lo.
"Este foi o 37º deslizamento de terra no Brasil em menos de dez anos ", observa. "Imagine se o país também enfrentasse terremotos , vulcões ou furacões . O Brasil não é Bangladesh, não tem desculpas ", afirma.
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As inundações em Belém também são fruto da negligência e da incompetência administrativa do prefeito Duciomar Costa , assim como o descalabro dos flagelados cíclicos de Marabá , onde parece ao prefeito de plantão que lhes basta colocar alguma quantidade de famílias sob a lona preta e fingir que cuida delas.
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